HISTÓRIAS DA SERRA DO RIO DO RASTRO/SC: O DIA QUE O SANTO SUMIU E QUE UM PREFEITO BEIJOU O ASFALTO…

HISTÓRIAS DA SERRA DO RIO DO RASTRO/SC: O DIA QUE O SANTO SUMIU E QUE UM PREFEITO BEIJOU O ASFALTO…

UMA DAS MARAVILHAS DO BRASIL

 

COLETÂNEA

Lendas e causos de quando ainda era uma estrada de chão batido, fatos durante sua construção e depois.

 

Histórias e Lendas da Serra do Rio do Rastro

 

A PEDRA QUEBRADA A FOGO E ÁGUA

Nos tempos em que desciam serra do Rio do Rastro com tropa de mulas, foi quebrada uma enorme pedra com fogo e água quente. O pai do nosso amigo Joaquim Goulart Jr foi um dos participantes dessa façanha. Era um espaço muito apertado para a passagem das tropas de mulas Carregadas. Foi uma semana fervendo água num braseiro para jogá-la na pedra até trincar.

Historiadores mais recentes acreditam que essa turminha foi a mesma que furou a pedra do Campo dos padres, em Urubici.

Veja:

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O DIA QUE O SANTO SUMIU

Mosso amigo Euclides Mecabô conta que descia a Serra do Rio do Rastro com uma excursão de alunos em direção dos jogos escolares. O ônibus perdeu o freio e disparou. Ficou acavalado numa das muretas da estrada, com os pneus dianteiros no ar ainda girando no outro lado do murinho.

No folclore da estrada, conta a lenda que um ônibus dos tempos de estrada de chão, também desceu desgovernado. Um dos passageiros levava um quadro de São Jorge debaixo do braço. Quando viu que o ônibus ia cair mesmo no penhasco, gritou por proteção: “Valha-me, São Jorge!” E não é que o danado do ônibus parou pendurado no barranco?!. Só que olharam para o quadro do santo do passageiro, só estava o cavalo, o São Jorge havia caído fora já na primeira curva…

 

O CHARQUE MAIS CARO DO MUNDO

As tropas de nulas carregadas de que falamos acima deram origem a diversas comunidades da Serra Catarinense, especialmente Lages.

Traziam cargas de sal, açúcar, tecido e temperos outros de Sorocaba/SP e levavam do Rio Grande do Sul, charque e couro. A tradição durou até o começo do século passado.

Entre a Serra e o Sul de SC, os tropeiros cambiavam charque por sal, açúcar e produtos hortifrutigranjeiros que devido ao frio, sem estufas, ainda não existiam na Serra.

Um tropeiro levava charque à região de Criciúma, abastecendo os armazéns, especialmente de italianos, e trazia produtos típicos de lugares quentes.

Certa vez, entregou todo o charque num estabelecimento, mas se esqueceu que uma das mantas de charque era pressente para uma nova namorada.

Após pesada e paga toda a mercadoria pelo bodegueiro, lembrou-se do charque da namorada. Comprou uma das 10 mantas que vendera.

Qual não foi a surpresa ao pagar a conta: era um valor de mais de a metade do charque que vendera.

Ao reclamar do preço, o bodegueiro justificou:

-Agora já circulou a mercadoria, gerando margem de lucro e impostos…

 

UM JUMENTO FEZ O TRAÇADO

Certa vez o então vice-prefeito de Lages, João Cardoso, contou que o traçado da estrada da Serra do Rio do Rastro foi feito por um burro/jumento. Soltaram o bicho no pé da Serra e cutucaram seu traseiro com aquela guia, uma vara com um prego na ponta. O bocho foi contornando as pedras e abrindo a mata. O pessoal ia atrás fazendo a picada.

Segundo o João, o 1º engenheiro do projeto da estrada foi um burro. Até acredita que não mudou muito o jeito de fazer o traçado de estradas difíceis. Diz que os engenheiros de hoje não são tão melhores nessa tarefa.

ACIDENTES FATAIS

Uma história chocante da estrada foi o sumiço de vários carros, inclusive de trabalhadores na obra no seu interior. Foram acidentes fatais. acredita-se que os carros deveriam demorar alguns minutos para completar a queda até o fim do penhasco.

 

BEIJO DO PREFEITO NO ASFALTO

Quando foi concluída a pavimentação da Estrada do Rio do rastro o então prefeito de Bom Jardim das Serra Antônio Carlos do Amaral Velho cumpriu a promessa de beijar o asfalto. Fez a festa dos fotógrafos.

Alguns anos depois, o ex-prefeito Essiorni Cardoso beijou um dos postes da iluminação da Serra.

Na inauguração, fomos testemunhas da cena do beijo no asfalto e também do tamanho do churrasco da festa. Nesse dia, os 8 mil habitantes estavam nesse churrasco que consumiu 42 bois doados pelos fazendeiros. A cidade fechou as portas porque todos foram para o Parque do CTG comer carne.

A fila era tão grande que a equipe do Jornal Correio Lageano teve de ir almoçar em São Joaquim. O saudoso José Paschoal Baggio estranhou quando viu a nota para o reembolso do gasto com o almoço: “Mas com 42 bois no churrasco, vocês tiveram de ir almoçar numa churrascaria?” As explicações ficaram por conta do fotógrafo, o falecido Pacheco. Uma delas foi a pressa de voltar para editar a reportagem, pois aguardar nas filas daquele tamanho demandaria a tarde toda pra comer alguma coia.

PROJETOS ARROJADOS

Não conseguimos descobrir se é possível, mas o fato é que existem dois projetos ambiciosos para o turismo na Serra do Rio do Rastro: o de um bondinho e outro de uma plataforma de vidro (abaixo).

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ABAIXO:

Duas iluminações: a da luz da lua e a da mão do homem.

Uma das poucas estradas duplamente iluminadas!

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DIGITAIS NO ASFALTO

Quando ficaram sem mandato, o ex-governador e atual senador, Esperidião Amin/Progressistas e a esposa, Ângela, viajaram pelo Brasil em férias.

Retornavam de Curitiba pela BR-116 e pegaram o rumo de São Joaquim para descer a Serra do Rio do Rastro. Essa é uma estrada emblemática para ele.

Foram pavimentados em seu governo os 12 km da Serra (por isso é chamada de Estrada do Doze) em concreto.

Nesse dia, Amin parou no topo da Serra para contemplar sua mais importante obra. Chegou um ônibus com uma excursão da Melhor Idade, parou, desceram 42 pessoas, deram uma salva de palmas ao Casal Amin, embarcaram no ônibus e foram embora. Não disseram uma só palavra.

A manifestação em palmas foi a forma inusitada, mas, o ideal e o suficiente para demonstrar a emoção de encontrar ali o autor dessa maravilha da Engenharia Brasileira.

DIGITAIS NO ASFALTO

Dizem que as digitais do ex-governador Amin estão na maioria das obras rodoviárias de Santa Catarina.

Ele, em dois mandatos de governador, notabilizou-se com a construção de estradas. No seu primeiro governo, afundou o Estado em dívidas, quase quebrou o BESC, fez operações arriscadas e colocou recursos do Tesouro do Estado em obras federais. Mas o fato foi que realizou.

Tanto que em SC, costuma-se dizer que a maioria das estradas catarinenses – estaduais ou federais – trazem as impressões digitais de Esperidião Amin.

Ele nos contou essa história acima da excursão da Melhor Idade, na entrada do Plenário do Senado, após declamar a poesia Bochicho, de Jayme Caetano Braun.

Acena do ônibus, que não foi registrada em foto, como foi um episódio interessante e oportuno, retratamos numa charge que encomendamos a um cartunista de Lages/SC.



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