OS FOLCLÓRICOS CABOS ELEITORAIS
A dentadura e um belo sorriso frente ao espelho…
Um dos mais hábeis cabos eleitorais que já conhecemos era o de um protético da prefeitura de Lages/SC, que concorria a vereador.
Na semana que antecedia a eleição, o cabo eleitoral pegava uma sacola com dentaduras de todos os modelos e tamanhos e saia à luta para garantir votos ao chefe.
Recolhia o eleitor ao lado do banheiro mais próximo que houvesse, escolhia a dentadura mais adequada, mandava o sujeito colocá-la e dar um belo sorriso em frente ao o espelho…
Nossa! Era um sucesso!…
Só que ele deixava de entrada a dentadura inferior e combinava: “- assim que aparecer o voto e meu candidato se eleger, pode vir buscar a parte de cima”.
AGORA CONHEÇA A HISTÓRIA DO PREFEITO QUE, ANSIOSO PARA DECRETAR CALAMIDADE PÚBLICA, DISSE:
“Se Deus quiser ainda chove mais à noite e alaga mais casas…”
É que o Decreto de Calamidade Pública possibilita receber ajuda estadual e federal, além de agilizar as compras com a dispensa de licitação.
UM PREFEITO DO SUL TROCOU ATÉ O DECRETO: IA DECRETAR “UTILIDADE PÚBLICA”.
Um ex-prefeito de Otacílio Costa/SC, sofreu muito com as cheias do Rio Canoas. O Fernando Maleski, então repórter dos bons, descobriu um ângulo ‘louco de especial’ para imagens de suas reportagens.
O cinegrafista chamado ‘Pelé’ se esmerava e fazia dar a impressão de que quase toda a cidade estava alagada. As matérias iam todas pro ar, de certeza.
Antes de uma das reportagens, o repórter ligou para o prefeito e perguntou: muita água por aí?
O prefeito: – Nossa! Muita! Tudo debaixo d’água!… E acrescentou: até liguei pro presidente da associação dos municípios para saber se eu poderia decretar “Estado de Utilidade Pública”. O presidente me corrigiu, dizendo: “não é Utilidade é Calamidade Pública”. E ainda disse que é preciso muita casa alagada para justificar a calamidade.
O repórter: – e daí?
O prefeito: – Decretei assim mesmo. Se Deus quiser chove mais esta noite e alaga mais umas 100 casas!…
NOS TEMPOS DO VELHO MDB E A ARENA, DENTADURA, CAIXÃO E A MEIA NOTA DE 2 CRUZEIROS ERAM A ENTRADA PARA PAGAR O VOTO FORMIGUINHA.
Eram estratégias infalíveis de cabos eleitorais nas eleições da velha política
AS FOLCLÓRICAS HISTÓRIAS DAS CAMPANHAS
A dentadura e um belo sorriso
Um dos mais folclóricos cabos eleitorais que já conhecemos era o de um protético da prefeitura que concorria a vereador.
Na semana que antecedia a eleição pegava uma sacola com dentaduras de todos os modelos e tamanhos e saia à luta para garantir votos ao chefe.
Recolhia o eleitor ao banheiro mais próximo, escolhia a dentadura mais adequada, mandava o sujeito colocá-la e dar um belo sorriso em frente ao o espelho…
Nossa!
Era um sucesso!…
Só que ele deixava de entrada a dentadura inferior e combinava: “- assim que aparecer o voto e meu candidato se eleger, pode vir buscar a parte de cima”.
SÓ METADE DA NOTA DE 2,00
Outra compra de votos de sucesso era o pagamento pela metade. A meia nota de 2,00 cruzeiros de entrada era o máximo!
Na véspera da eleição, distribuía sapato, tênis e dinheiro vivo, tudo pela metade.
A entrada era um pé de sapato, um de tênis (conga na época) ou a metade da nota de 2,00 cruzeiros. O saldo do pagamento era quando aparecesse o voto e o candidato estivesse eleito.
VOTO FORMIGUINHA
A prática mais indecente dos coronéis da velha política era o “voto formiguinha”. No dia da eleição, recolhiam os eleitores num reservado, entregavam uma cédula falsa e esse eleitor a colocava na urna e trazia a legítima que o mesário lhe entregara, em branco. Largavam outro eleitor com essa cédula (já preenchida) que trazia outra em branco.
Dessa forma, havia urna que registrava quase 100% desses chamados “votos formiguinha”.
OUTROS ARTIFÍCIOS NA CAÇA AO VOTO
Alguns cabos eleitorais também criavam métodos até curiosos para conquistar eleitores e garantir o voto na urna.
Veja algumas táticas de recentes cabos eleitorais: o poder da consulta médica e do caixão como poderosas moedas de troca.
Veja esta:
Um funcionário da prefeitura, fanático do MDB, arranjava consulta de graça; e se o paciente falecia, arranjava o caixão da prefeitura.
Certa vez tomou um porre e se esqueceu de levar a tempo o caixão para enterrar uma criança. Como chegou atrasado, na porta o alertaram: “Seu João Caixão, agora já conseguimos outro! O senhor estava demorando muito, obrigado!…
Ele parou, pensou um pouco e sugeriu: “quem sabe vocês guardam este aqui para o próximo “infilizinho” que faltar!?
EM TEMPOS DE ELEIÇÕES, VALE A PENA REMEXER NO PASSADO POLÍTICO E CONTAR AS COISAS DO IMAGINÁRIO POPULAR
Veja as estratégias de antológicos prefeitos de Lagas/SC e as práticas infalíveis de certos cabos eleitorais.
Alguns prefeitos viraram referência em habilidade política e em originalidade administrativa.
CURIOSIDADES POLÍTICAS DO SUL
Prefeitos lendários ou folclóricos e suas estratégias infalíveis.
COMO EXEMPLO DO BEM, VAMOS A UM MITO DO VELHO PSD
Uma lenda insuperável, a mais famosa da política lageana, foi Vidal Ramos, ” Seu Vidal”.
Contudo, suas campanhas eram criativas, porém, éticas, sérias e sem o vício insano da corrupção.
Ele era daqueles líderes tão fortes que se dão ao luxo de chegar a um potencial candidato a deputado e dizer: “-Agora você vai ser meu deputado, se quiser”.
Certa vez fez esse convite a um líder de seu partido. Naturalmente o candidatável observou: Mas como? Para isso não preciso de votos?
Seu Vidal carregava um macinho de cédulas do bolso do paletó (naquele tempo o eleitor depositava na urna a célula, já com o nome do candidato impresso).
Então Seu Vidal puxou um pacote de cédulas e disse: “-aqui estão teus votos…”.
Outra vez, com um dos mais importantes líderes locais, foi assim: seu Vidal chegou de surpresa, entregou o macinho de cédulas, pôs o sujeito no carro (onde já estavam uma galinha e um pacote de arroz), foi a um dos bairros, fez um galinhada e apresentou o candidato.
Depois da eleição fez outra galinhada para comemorar a eleição do rapaz.
Todos por lá haviam trabalhado para ele.
HISTÓRIAS CURIOSAS
Nas campanhas eleitorais do passado, em Lages/SC, (na Serra Catarinense), a gente encontra fatos até hilariantes na busca de votos. Quase tudo era decidido na boca da urna.
Sem contar os cabos eleitorais folclóricos que davam carteira de habilitação e “vale-programa na zona” por votos. Mas a gente vai ficar só com os mais recentes, menos agressivos.
Entre os mais recentes e famosos, que pegavam mais leve na busca de votos, selecionamos alguns: Gegê PDS, Gegê Povão, o Calça Larga.
Estes são mais contemporâneos e com práticas não tão absurdas, porém, engraçadas. Não deixam de ser autores de algumas façanhas incríveis!
Os serviços e objetivos de cabos eleitorais do passado são muito criativos e interessantes. E existem até cabos eleitorais que são verdadeiras lendas em habilidade para conquistar votos.
TRÊS PREFEITOS DESSA REGIÃO SE NOTABILIZARA PELAS HISTÓRIAS ENGRAÇADAS.
O maior deles foi Rogério Tarzan, de São Joaquim.
Certa vez, quando era presidente da Amures, durante uma das maiores enchentes de todos os tempos, liderou uma campanha em sua cidade para arrecadar donativos aos flagelados do Alto Vale do Itajaí.
O aeroporto de Lages era uma verdadeira base aérea de tanta aeronaves e de todo porte: trens e caminhões carregados e muita gente chegando de todo lado…
O hoje prefeito de Campo Belo do Sul, DR Tadeu Martins, na época era o gerente regional de uma estatal chamada CIDASC. Ele era quem comandava a operação de logística no aeroporto. DR Tadeu até orientava os pilotos no taxiamento das aeronaves.
O Tarzan ligou de São Joaquim pedindo prioridade para mandar donativos a Rio do Sul. Entre eles, carne assada. Acontece que havia arrecadado 10 bois e assado tudo para não estragar porque não havia energia no Alto Vale e a carne certamente estragaria.
O DR Tadeu pediu que mandassem com urgência, pois iria chegar um Búfalo da FAB.
Na outra ponta da Linha, o Tarzan disse: – Mandamos tudo misturado! Depois de assado, ninguém mais sabe mais o que é boi e o que é búfalo.
DECRETO DE “UTILIDADE PÚBLICA”
O ex-prefeito Nelson Melo de Liz, de Otacílio Costa/SC, sofreu muito com as cheias do Rio Canoas. O Fernando Maleski, então repórter da RBS, descobriu um ângulo especial para imagens de suas reportagens.
O cinegrafista Pelé se esmerava e fazia dar a impressão de que quase toda a cidade estava alagada. As matérias iam todas pro ar, de certeza.
Antes de uma das reportagens o repórter ligou para o Nelson e perguntou: Nelson, muita água por aí?
O prefeito: – Nossa! Muita! Tudo debaixo d’água!… E acrescentou: até liguei pro Paulo Duarte, presidente da Amures, para saber se eu poderia decretar “Estado de Utilidade Pública”. O Paulo me corrigiu, dizendo: “não é Utilidade é Calamidade Pública” e que é preciso muita casa alagada para justificar.
O Maleski: – e daí?
O prefeito: – Decretei assim mesmo. Se Deus quiser chove mais esta noite e alaga mais umas 100 casas!…
A GRAVIDEZ INESPERADA
O saudoso ex-prefeito de São Joaquim, Prudente Cândido da Silva Filho, também se notabilizou pelas suas saídas incríveis de situações em que o eleitor o deixava, às vezes esnucado de bico.
Certa vez encontrou um eleitor no corredor da Prefeitura, preocupado uma barbaridade.
– Tio Pruda do céu! Não é que a mulher me pegou meio de surpresa e ganhou neném. Agora estou sem nada em cassa e ainda por cima preciso pagar a cesariana. Pode me ajudar?
O Tio Pruda: – Barbaridade se foi surpresa pra você que esperava o bebê há nove meses, calcule pra mim que só estou sabendo agora!…
Post original: 14 de out.2020, às o9.00
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