O mundo ao nosso redor é cada vez mais inteligente. Falamos mais com as coisas do que com as pessoas. Pensa na situação a que logo chegaremos: a convivência afetiva apenas por meios virtuais. Chegará o dia em que os casais irão escolher um restaurante com dois pavimentos. Cada um jantará num deles para conversar pelo Whats. Será a busca de mais emoções antenadas, conectadas. É que agora, coo o brutal avanço tecnológico a modernidade está cada vez mais massificada. É o sonho de consumo das massas. Veja mais no final desta reportagem.

Quando a gente viaja frequentemente como é o caso na profissão de um jornalista a convivência com a modernidade é até normal. Mas, para a maioria dos meus leitores aqui mais de perto é quando viaja que percebe o quanto somos dependentes da tecnologia.

A modernidade coloca em nossas mão uma novidade atrás da outra. Há 20 anos a gente ouvia conferencistas dize que tudo o que iríamos consumir dali nos cinco no anda nem havia sido inventado. Hoje, há quem diga que tudo o que será consumido no ano que vem ainda nem foi inventado. Daqui um pouco, vão dizer que todo o que será consumido amanhã ainda nem foi inventado. Pode até parecer exagero, mas a revolução 4.0 poderá significar isso.

Hoje, até para quem está acostumado a correr o mundo as mudanças parecem andar cada vez mais rapidamente. Programas, sistemas e até equipamentos mais comuns se tornam obsoletos num piscar de olhos, numa velocidade impressionante.

É que cada vez  mais o mundo que nos cerca é inteligente. As coisas é que se comunicam conosco: sistemas,  métodos, comunicação visual, enfim, uma automação geral. Então, somos cada vez mais dependentes da tecnologia (chip) e de estruturas.

No mundo de hoje, nos comunicamos muito mais com as máquinas do que com o semelhante. O homem só entra em ação em último caso, até aquele que está no comando das máquinas. Os ambientes ao nosso redor são todos com sistemas e estruturas inteligentes. Portanto, não vivemos mais sem a tecnologia e o conhecimento.

O piloto e o cão

Quando surgiram os aviões mais modernos, diz a Lenda que na cabine havia um piloto, um co-piloto e um cachorro. O cão era para não deixar os pilotos mexer em quase nada. Hoje continua sendo assim, só que se fosse verdade essa lenda do cão, ele já estria desempregado. Já teria sido substituído por equipamentos.

Em 1997, quando fui à Europa cobrir o lançamento da programação dos 500 nos do descobrimento do Brasil, entrevistei o comandante do Voo que nos levou de São Pulo a Lisboa (foto). Minha curiosidade era com relação tecnologia já existente na época e com o plano de voo.

O comandante me disse que o plano de voo é feito por alguém que fica pelo menos três dias estudando-o. E eles podem prever todos os eventos durante o percurso, desde uma tempestade até uma simples turbulência. O comandante tem até autoridade para mudar o que quiser. Porém, dificilmente o faz, até em respeito ao trabalho em terra. É por isso que a tecnologia faz com que o avião seja o meio de transporte mais seguro. Aliás, também diz a lenda que só há um meio de transporte mais seguro que o avião: o elevador.

Aeroportos Inteligentes

Nos aeroportos sempre há uma cultura toda especial. O taxista, por exemplo, pode fornecer, em tempo real, toda a programação cultural, turística e de business dos próximos três dias. E nas viagens você pode até gastar mais com os serviços do que com a passagem. Ou pelo que é induzido a consumir dentro dos terminais de transporte aéreo.

Entre os equipamentos sofisticados, há esteiras, escadas rolantes e estabelecimentos, todos inteligentes. Você consome mais coisas vendidas por máquinas do que por seres humanos. Na segurança podem detectar de um laptop a uma aliança com pouco mais de cinco mm de largura. Portanto, se você for novato em viagens, ao chegar ao portão de embarque, tire antes o cinto com fivela metálica para evitar constrangimentos. Olha que geralmente são mulheres atendendo por ali. Com o crescimento do terror, especialmente com  surgimento do Estado Islâmico, os sistemas de segurança em aeroportos, metros, trens e cidades em geral, ficaram ainda mais rigorosos.

Cidades Inteligentes 

Pense num semáforo seletivo de demanda. Tudo é por sensores e abre por mais tempo para onde há mais carros. E o pedestre deve ser a prioridade dos sistemas. Aonde não houver semáforo, o dono do pedaço é o ser humano. Só em Lages não é assim. Ninguém para para você na faixa de segurança onde não há semáforo. Para isso os sistemas não precisam ser inteligentes, as pessoas é que devem ser.

Nos hotéis dessas cidades, Campinas/SP é uma delas, tudo é inteligente. Da chave do quarto ao café da manhã. Como o café está incluído no preço da diária, é só você ler e escolher o que quer consumir. O garçom fica igual a um poste, só agindo quando solicitado e, ainda, como se fosse para atender a quem nunca viajou.

Portanto, o mundo dos serviços anda cada vez mais self service. As informações nos conduzem para onde precisarmos ir ou o que consumir. Basta saber ler. São fatos e coisas que podem ser normais para quem viaja frequentemente. Porém, interessante para quem pouco sai da paróquia ou a quem é marinheiro de primeira viagem.

Em resumo, tudo está virando virtual. Daqui de Lages você escolhe o que vai consumir no destino e paga aqui mesmo na agência de viagem. Até as companhias de carne e osso. Assim não precisa sair com muito dinheiro e evita fazer crescer o olho do trombadinha.

Gente já é dispensável.

Chegou o tempo em que as coisas comandam a vida. Até mesmo tornando a gente dispensável. Quer ver só? Chegará o tempo em que a namorada pode até te dispensar, nem te precisar mais na real. É verdade: pode se conectar e te usar apenas como cenário e te substituir por elétrons. Não está longe o dia em que a convivência a dois será mais virtual ainda. O dia em que os relacionamentos na real irão se tornar sem graça. Deus me livre disso!

Aqui em Lages temos duas  agências de nível nacional: a Lagetur e a RRTUR. Elas podem prestar serviços de alto nível e facilitar a vida de quem viaja muito. É uma tendência natural, portanto, a gente chegar ao ponto de pagar tudo aqui mesmo e levar o mínimo de dinheiro vivo. O dinheiro de plástico vai tomar conta de vez da vida da gente.

Fotos Eron J Silva.