OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO: Sobra ao pobre só o lugar das águas – Falta uma política de correta ocupação do solo

OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO: Sobra ao pobre só o lugar das águas – Falta uma política de correta ocupação do solo

EDITORIAL

 

NEM COM TODO O ORÇAMENTO DO PAÍS SE CORRIGE, DE UM ANO PARA O OUTRO, O PROBLEMA COM CHEIAS.

 

Num tempo de meio ambiente em alta é boa hora para se recorrer aos organismos internacionais de financiamento.

E em tempo de novo governo é boa oportunidade para começar uma política mais séria de ocupação dos solos urbano e rural.

O momento é de engajamento do mundo em torno do meio ambiente.

 

Mas o fato é que só se ouve falar linear e pontualmente sobre um dos mais graves problemas sociais do Brasil.

Seguidamente as tragédias anunciadas vêm se repetindo.

 

Textos: Eron J Silva  

 

A FILOSOFIA DO MAU POLÍTICO:

Não se pode mais admitir que a culpa pelas cheias seja atribuída apenas ao ocupante de áreas de risco.

Os administradores são os que mais devem explicações e soluções.

Só que isso é difícil, porque obras que ficam enterradas ou de interesse coletivo não aparecem e nem têm placa inaugural mais vistosa.

Mas atender flagelado rende voto para toda eleição.

 

PRIORIDADE DA CORRETA OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO E MEIO AMBIENTE PRECISAM SER DESTAQUES NA AGENDA E NOS PLANOS EM DEBATE POR QUALQUER AUTORIDADE

Mas hoje faltam políticas públicas sérias e adequados investimentos para o planejamento urbano.

O problema é que muito administrador ganha projeção e nome porque faz o marketing do atendimento a atingidos por desastres naturais; esse político é um ‘flagelado das águas de pé enxuto’.

Contudo, logo o eleitor perceberá que ao invés de reeleger, precisa é mandar para casa o político que gosta de combater os efeitos, não as causas dos problemas que afetam sua população.

 

MAIS CEDO

CATÁSTROFES:

SOBRAM ÀS CLASSES MAIS POPULARES E VULNERÁVEIS OS ESPAÇOS QUE SÃO DAS ÁGUAS OU DA NATUREZA.

 

Por falta de planejamento no setor público, senso de prioridade, vontade política e o subdesenvolvimento, os menos favorecidos acabam sendo os que mais sofrem com os desastres naturais.

Também o tratamento da habitação apenas como produto de mercado acaba criando uma espécie de segregação dos mais pobres, que se obrigam a ir viver em encostas de morros ou no lugar que é da água, após a menor chuva que houver.

Também, até por questões culturais e históricas, quase toda cidade é fundada na beira de um rio.

E geralmente para os mais pobres sobram os lugares que são das águas e os recortes da natureza, isto é, os morros e as encostas que são elementos do cenário da natureza ou paisagem.

 

A SEGUIR

REFLEXÕES SOBRE A INDEVIDA OCUPAÇÃO DE PARTES DO SOLO URBANO PELA POPULAÇÃO E NO MEIO RURAL PELAS ATIVIDADES NO CAMPO

A pobreza – sem culpa – também acaba impactando o meio-ambiente e potencializam os efeitos dos desastres naturais.

QUANDO O POBRE PODE PASSAR DE VÍTIMA A UM ADICIONAL AOS PROBLEMAS AMBIENTAIS

Como falta geração de riqueza o suficiente para investimento na alteração do modelo de ocupação do solo urbano e de produção rural, eventos naturais viram desastres e ampliam seu impacto na vida das pessoas.

Quem mais sofre com a falta de riquezas para corrigir a inadequada ocupação do solo são as camadas mais pobres da população. Elas precisam de espaço para viver e de comida para sobreviver. Mas no fim quem também é agredido é próprio meio ambiente.

Tragédia anunciada

Só quando percebemos os efeitos dos extremos – de fortes chuvas e de prolongadas secas – é que podemos sentir a tragédia anunciada para um futuro próximo com a histórica ocupação do solo no Brasil.

Como dissemos antes, é só ver que sobram aos pobres os espaços que são das águas, tanto na cidade como no campo, atos de ocupação que são cobrados pela natureza em períodos de fortes chuvas e durante estiagens e crises hídricas.

Os menos favorecidos dentro da estrutura social são os que mais sofrem, sofrimento este que acaba potencializando os efeitos dos desastres naturais.

Os desastres naturais estão acontecendo periodicamente e com mais intensidade. A comunidade científica atribui a maior ocorrência desses fenômenos às atividades humanas, especialmente da indústria e da produção de alimentos, que aumentam o efeito estufa.

Só que não dá para se esquecer da má ocupação do solo urbano e o rural, é de onde as pessoas da base da pirâmide demográfica vivem e é de onde tiram o sustento.

 

INVESTIMENTOS E MODERNIDADE AMENIZARIAM O PROBLEMA

É bom citar que já há técnicas sofisticadas para se produzir e se viver sem agredir a natureza. Mas para isso é preciso de recursos.

O aumento demográfico e as necessidades humanas é que justificam maiores atividades econômicas e de geração de alimentos no campo e de moradias populares nas cidades.

No campo se ocupam reservas e áreas impróprias. Nas cidades os melhores espaços vão para classes mais abastadas. Então. restam os piores lugares para os pobres, com mais pavimentações, mais edificações e ocupação irregular de espaços que são das águas. ENTÃO, A POBREZA TAMBÉM VIRA AGRESSORA DO MEIO AMBIENTE, SEM CULPA.

 

 



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