SÉRIE NOTÍCIAS CURIOSAS – Vilões da carestia desde os tempos do Delfim. E o feijão que já andou tão caro que em 2016 ladrões colheram lavoura à noite

SÉRIE NOTÍCIAS CURIOSAS – Vilões da carestia desde os tempos do Delfim. E o feijão que já andou tão caro que em 2016 ladrões colheram lavoura à noite

O FEIJÃO JÁ FOI CONSIDERADO UM DOS VILÕES DA CARESTIA.

Alguns vilões curiosos: chuchu, tomate e cenoura.

 

Só que o mais curioso foi que devido à escassez, de 2016 a 2019, o preço do feijão triplicou, em questão de dias.

Uma das notícias mais curiosas que acompanhamos na época foi a de que ladrões teriam colhido uma lavoura à noite, em Minas Gerais.

Teriam usado até as máquinas e equipamentos da mesma propriedade.

O preço de seu especial parceiro na mesa do brasileiro, o arroz, também chegou a disparar. Só que não se teve notícia de colheita de lavouras por Ladrões.

Talvez pela dificuldade na operação, dentro de uma quadra irrigada, e também porque é um grão que, in-natura, é em casca.

 

OS MAIS CURIOSOS VILÕES DA INFLAÇÃO

Ao longo dos últimos 50 anos, os mais curiosos vilões em tempos de carestia, lembramos do chuchu, nos tempos do ex-ministro Delfim Netto; mais recentemente o feijão e o arroz; e atualmente o tomate e a cenoura.

Só que os legumes acima não têm a mesma popularidade do chuchu, do feijão e do arroz, que por isso geralmente são mais baratos. 

 

A COLHEITA DE FEIJÃO NA CALADA DA NOITE

 

Feijão esteve tão caro que ladrões já colheram lavouras na calada da noite 

Acredita que uma quadrilha teria furtado o grão até no pé? Produtores temem até novos custos de produção, com vigias noturnos, se a moda pega.

 

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No Sul o plantio começa em agosto e fatos ocorridos no Centro do País chamam a atenção: o furto em celeiros e até colheita de lavouras na calada da noite.

É inacreditável, mas teria acontecido. Produtores de feijão do Centro do País teriam enfrentado uma situação no mínimo curiosa, inusitada e inesperada: o furto de feijão na lavoura (no pé, como diz o produtor).

Até hoje o furto e o roubo no campo foram comuns em fazendas de gado, suínos e equinos. Por uma questão de valor. Isto para compensar o risco e a dificuldade, em qualquer furto existem produtos, mercadorias, bens ou animais que são mais visados.

O furto de feijão era algo raro, quase inexistente, devido ao grau de dificuldade de acesso e o valor antes irrisório do grão. Mesmo nos celeiros não era comum, porque geralmente o cereal é acomodado a granel e há dificuldades naturais no acesso às sedes das propriedades. Geralmente as estradas são ruins, existem cães, arame farpado, escuridão e isolamento.

Acontece que nos últimos tempos o feijão passou a ser uma raridade e seu valor, quando há escassez, é quase a peso de ouro. Então passou a valer a pena aos ladrões correr o risco e desafiar as dificuldade para conseguir o produto.

Soubemos que houve um caso em que o produto estava “dando sopa”, acomodado em sacarias em galpões de fácil acesso. Quadrilhas levaram centenas de sacas de uma só vez.

O fato mais curioso teria sido a colheita de uma lavoura na calada da noite. Arrancaram os pés, carregaram às pressas, inclusive a máquina colheitadeira, e provavelmente foram processar em outro local.

Vejam o valor do feijão, às vezes, que justifica uma operação tão complicada e uma logística tão difícil, penosa e arriscada.

Furtar feijão para o consumo de um ano de uma família ou de algumas cozinhadas, como diria a cozinheira, até seria compreensível. Agora, furtar uma lavoura de alguns hectares é algo inédito, espantoso.

É preciso know-how e envolve muito tempo para todo o processo. Somente é viável com a ajuda de gente especialista em colheita e conhecedora de toda a rotina da propriedade.

 

Feijão e cereal ameaçado de extinção

Poucos países o consomem e seu preparo é difícil e demorado.

Técnicos alertam para o fato de que o feijão para o consumo é um cereal em extinção. Poucos países o consomem por tradição – apenas o Brasil e o México – e é produzindo nesses dois, mais a Venezuela.

O que ainda dá certa procura no exterior é o seu consumo em determinados restaurantes de brasileiros no exterior. Nossa culinária tradicional tem dois produtos competitivos no exterior: a feijoada e o churrasco na brasa.

 

Safra do feijão na Região Sul

Na época do pico do preço do feijão, em 2019, no Sul era entre safra; recém o produtor havia colhido o grão. Conhecemos produtores que “se encheram da gaita” na Serra Catarinense, como em São José do Cerrito e Campo Belo do Sul. As 300 ou 500 sacas disponíveis foram disputadas a tapa pelos compradores.

Com a tendência de preço em alta a partir de agora, é bem provável que daqui em diante o plantio seja cada vez maior. Quando chegar a colheita, certamente o risco de furto na lavoura também rondará por lá.

Falamos com produtores experientes no assunto – que não quiseram se identificar por questões óbvias – e concordam que será preciso cuidados especiais na segurança das lavouras daqui em diante, com esse valor de ouro do grão.

Será mais um fator de custo de produção. Como o vigia à noite é mão de obra com adicional noturno, certamente causará significativo impacto no custo de produção.

A curiosidade do pessoal especializado em lavouras é saber como os ladrões conseguiram tanta gente para executar a operação da colheita noturna em lavouras. Certamente só foi motivada pelo atual preço do feijão. Provavelmente viabilizaram tão complexa operação com permuta do grão pelo trabalho.

A pergunta que não quer calar, entre o pessoal entendido no assunto colheita, é como foi possível mobilizar tanta gente para colher feijão. Já não é tão difícil recrutar para trabalhar de dia, imagina para uma operação destas à noite. Haja motivação!

 

 



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