O Aeroporto Regional e o Pedágio nas rodovias federais foram o foco do debate entre vários convidados, dentro do programa Ponto e Vírgula, do radialista Vinícios Strapassão, na Rádio Voz Serrana de Corria Pinto.
A expectativa é muito grande no município com relação à entrada em operação do Aeroporto Regional do Planalto Serrano, agora entregue sob a gestão da Infraero. Qual seria o impacto na economia local? Essa é a indagação geral.
Quanto ao pedágio nas rodovias, a opinião dominante vem sendo a de que ao mesmo tempo em que ele pesa no bolso da população, tem sido decisivo para a conservação das rodovias federais. A BR-116 é um exemplo.
Também foi tema em debate a importância das concessões de rodovias como forma de investimento. A duplicação da BR-282, na opinião de muitas lideranças, só vai ser possível via concessão e pedágio. Inclusive já é bandeira de muito candidato a deputado federal.
A preocupação dessas lideranças políticas é com um possível retorno ao isolamento do passado, quando não tínhamos a BR-282. É que assim que for concluída a duplicação e a privatização da BR-470, uma tendência é o tráfego que vem do Oeste preferir aquela rodovia. A BR-282 tem muitos gargalos e cada vez é mais deficiente.
Porém, o que mais passou a preocupar, com relação ao desvio de fluxo na região, é a conclusão da ligação da Serra Gaúcha com o Sul do Estado de SC. Isto atrairá grande parte ou no todo o fluxo de verão vindo da Argentina e do Rio Grande do Sul.
Um pouco da história do aeroporto
O Aeroporto Regional do Planalto Serrano em Correia Pinto foi uma conquista do PDTER, projeto que estabeleceu prioridades para o desenvolvimento da nossa região. Foi liderado pela ACIL, em Lages.
Na época recém havia chagado a Lages o saudoso Comandante Ricardo Sell Wagner, aposentado da então Varig. Apaixonado pelo assunto aéreo, Ricardo logo se integrou ao grupo da ACIL e foi indicado para coordenador da luta pelo novo aeroporto. Com seu vasto conhecimento do assunto, ele começou a pesquisar o sitio ideal para localização de um Aeroporto Regional.
Três locais (sítios) foram localizados: um em Painel, outro em Palmeira/Otacílio Costa e o de Correria Pinto. O Comandante Wagner antecipou que o 5º COMAR iria aprovar o sítio de Correia Pinto porque é considerou o melhor lugar para um aeroporto estratégico em SC.
Realmente foi escolhido pelo 5º COMAR o sítio de Correia Pinto. Logo a ideia ganhou repercussão e o então prefeito daquele município, Roberto Ziliotto, tomou a decisão corajosa e desapropriou a área onde hoje está o aeroporto.
Acompanhamos a construção do aeroporto desde o primeiro furo no campo nativo para a pesquisa de solo e a elaboração do projeto básico da localização da pista. Dali em diante, começou a batalha em busca de recursos e da elaboração do projeto executivo.
A Secretaria dos Transportes do Estado, através do departamento aeroportuário, sob a direção de Fernando Faraco, sempre deu apoio total à construção do nosso aeroporto regional. Foram inúmeras as viagens de comitivas, tanto ao 5º Comar em Canoas/RS, como a Florianópolis, RJ e a Brasília.
Foi realizada a terraplenagem, depois asfaltada a pista com 1200 metros de extensão, construídos os terminais de cargas, de passageiros, o acesso, o trevo, as instalações da rede elétrica e criada a unidade do Corpo de Bombeiros.
Para se ter uma ideia, só para a ANTT liberar a construção do trevo foi uma espera de quase cinco anos. Houve época que as obras ficaram tomadas pelo mato.
Hoje, após quase 20 anos, o aeroporto está prestes a ser inaugurado. Agora sob a gestão da Infraero. A homologação da pista já está encaminhada. A grande preocupação era sobre quem iria gerir esse aeroporto.
Contudo, agora a preocupação passou a ser com relação à demanda. Muita gente acha que o aeroporto será mais um elefante branco por falta de passageiros.
O fato é que o Aeroporto do Planalto Serrano jamais irá decolar só com a demanda local e regional. O que irá fazê-lo grande é a transformação do potencial turístico da região e destino definitivo. Isso irá criar condições até para voos especiais só para ver a neve.
Aqui temos belezas naturais, frio até com ocorrência de neve e a tendência é as pessoas procurar o interior. O turista está fugindo das grandes cidades, onde há muita violência. Aqui ainda não temos balas perdidas e nem o caos na mobilidade urbana.
Participaram do debate: a professora Neuza Tibes, o vereador Francisco Pierre Pereira Alves e o Juiz aposentado Fernando Cordioli. Presentes: o vereador Josmar da Silva e o diretor da emissor, Marcos Figueiredo. O apresentador do programa Ponto e Vírgula é Vinícios Strapassão e a repórter é Suyane de Liz.
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