Nosso futuro das cidades está na terra. O agronegócio é a alavanca das civilizações.

Nosso futuro das cidades está na terra. O agronegócio é a alavanca das civilizações.

ERON Portal, Lages/SC – “Em economia se tira o lucro da terra ou de alguém”. A frase não é célebre por acaso. É que há duas maneiras para obter lucro: uma é produzir na terra (cereais, hortifrutigranjeiros, leite, proteína animal, extrair madeira, minerais e gerar energia) e a outra é tirar de alguém, através da remuneração do capital (os juros).

Nesta quarta, dia 08, eu que sou oriundo da Agricultura, passei um dia daqueles para nunca mais serem esquecidos. Fui participar de um Dia de Campo, uma Promoção da Epagri, com o apoio da Prefeitura de Lages – Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca nas localidades de Tributos e Macacos.

As demais entidades envolvidas foram: SARF Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca de SC; SEAF Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agropecuário; e FETAESC – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de SC.

A programação foi das 09h às 17h: recepção na propriedade da família Spiecker que produz morango; visita à família e projetos; deslocamento para a propriedade a família Carraro, almoço, visita à propriedade que cultiva uva de mesa.

Nestas duas localidades existem dois modelos a serem seguidos. As famílias Spiecker e Carraro, que são as protagonistas de exemplos de vida e de crença no trabalho e na viabilidade da terra.

Com o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) adquiriram suas áreas de terras e hoje são referências no Brasil como parte do modelo catarinense baseado na pequena propriedade. Iguais a eles já existem 14.546 pequenos produtores em SC já beneficiados pelo Crédito Fundiário.

 

Histórias familiares

Os Spiecker vieram de São José das Missões/RS para Saltinho, Extremo Oeste de SC, trabalhar com a cultura do fumo, milho e feijão como meeiros. Em 1999 se mudaram para Caçador produzir pimentão em pequena área própria. Em 2006 vieram para Lages, onde até 2004 plantaram morango em parceria com a família Pilatti. A partir daí, iniciaram o cultivo do morango e tomate numa área arrendada de dois hectares.

A produção era toda vendida no mercado local. Em 2007 adquiriram uma área de 29 hectares na localidade de Tributos, através do PNCF. Os beneficiários eram Clenir Maria Moraes Spiecker, Sandra Mara Spiecker Ortiz, Valderes, Gilsemar, Tarcisio de Jesus Morais e Juliano.

Atualmente a atividade principal é a cultura do morango comercializada em Lages, CEASA de São José, Itajaí, Blumenau, Chapecó, além de algumas cidades de outros estados como Vitorino e Foz do Iguaçu no Paraná e algumas cidades do Mato Grosso.

A família de Lourenço Carraro é de Antônio Prado, RS, onde ele trabalhou desde criança com os pais e avós na cultura da uva de mesa e olerícolas em geral.

Chegaram a Lages em 2004 para trabalhar em parceria com a família Martelo cultivando olerícolas para o mercado local. Em 2009 mudaram-se para a comunidade de Macacos, onde residem até hoje. Trabalharam como arrendatários de uma área de 37,74 hectares até 2014, quando adquiriam essa terra através do PNCF.

Atualmente estão na fruticultura, tendo como atividade principal o cultivo da uva de mesa e olerícolas. A produção é para Lages, CEASA de São José, Grande Florianópolis.

Beneficiários do PNCF: Lourenço Carraro, Sandra Carraro e Amadeu Eugênio Vicini. Produção atual: Uva de mesa, Pêssego, Laranja, Bergamota e olerícolas em geral. Na pequena propriedade se faz a cultura intensiva. Num hectare o produtor pode faturar até R$ 80 mil.

Os Spiecker deram um show de conhecimento sobre produção de morango e revelaram uma lição de vida. A união entre os integrantes é perceptível facilmente. Dois dos filhos já tem formação superior, um em direito e outro em Administração de Empresas.

A família Carraro também demonstrou desenvoltura. O chefe, Lourenço Carraro, acompanhou os visitantes na propriedade. Produzindo diversas variedades de uva, a grande aposta é a produção irrigada de uva. Fica no alto da propriedade, onde é mais protegida da geada, recebe mais luminosidade, sol, água e tem mais proteção do vento, devido às matas ao redor.

O ganho especial é que hoje que a uva praticamente se acabou no mercado. Essa área está plena colheita. Logicamente o preço é melhor.

 

Cerimônia oficial

Antes da cerimônia oficial, o técnico da Epagri, Pedro Donizete, fez uma palestra sobre a propriedade rural. Chamou-me a atenção o fato de que o produtor precisa ter volume, freqüência, qualidade e preço competitivo. Por essa razão é preciso integração entre eles para reunir oferta e poder atender grandes pedidos.

A cerimônia oficial foi ao meio dia, na propriedade dos Carraros, com a presença do prefeito Antônio Ceron, do diretor de Políticas da Agricultura Familiar e da Pesca da Secretaria Estadual de Agricultura, Hilário Gottselig; Prefeito de Bocaina, Luiz Schmuller, Secretário Osvaldo Uncini, diretores e técnicos da Epagri, agentes financeiros, entre outros convidados.

O secretário Osvaldo Uncini disse que o exemplo das duas famílias ratifica o que ele sempre tem a afirmado que a grande saída é o Agronegócio. A sua Secretaria vai cuidar das estradas e assistir o produtor; seguir todas as diretrizes do prefeito Antônio Ceron e do vice Juliano.

O diretor da Secretaria de Estado da Agricultura, Hilário Gottslig, destacou a importância do PNCF, das políticas do Governo do Estado e a parceria com as prefeituras e demais entidades envolvidas. Citou que em SC já são 14.546 beneficiados pelo Crédito Fundiário. A pequena propriedade é a parte mais importante do Modelo Catarinense, disse ele. Só o PNCF já acrescentou quase 6% de produção no agronegócio do Estado.

O prefeito Antônio Ceron, que já foi Secretário de Estado da Agricultura, deputado estadual e secretário da Casa Civil, disse que se sentia em casa para falar de Agricultura. Alertou que geralmente antes de falar em sofisticação é preciso lembrar que para o produtor o mais importante é a máquina fazendo estrada e a atenção especial. De anda adiantam aplicativos diversos, sem estrada e apoio da Prefeitura.

Garantiu que muitas vezes a burocracia dos gabinetes mais atrapalha que ajuda. Segundo ele a tecnologia e modernidade se esquecem que de nada adianta querer aplicar a tabuada de nove, sem antes sabermos de cor a tabuada de um.

Disse também que temos o costume de falar só sobre o que deu errado e nada sobre o que deu certo. Mostrar mais o potencial das duas famílias, por exemplo.

Ao ensejo do Dia Internacional da Mulher, Ceron lembrou que fechou 10 secretarias e abriu uma: a da Mulher, porque ela está precisando de atenção, proteção e valorização. Foi numa alusão às senhoras das duas famílias anfitriãs do Dia de Campo.

 

IMAGENS DO DIA DE CAMPO:

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