PARECE QUE A FÁBRICA DE TRAGÉDIAS DO BRASIL TENDE A SEGUIR A TODO VAPOR.
Todas as tragédias de fevereiro, se analisarmos bem, eram previsíveis. A falta de fiscalização, a negligência de autoridades, a vista grossa ao improviso, o jeitinho brasileiro e o imediatismo da receita foram fatos comuns nestes episódios.
Foi assim em Mariana-MG (19 mortos), em Brumadinho-MG (308 mortos), na queda de encostas perigosas e habitadas do Rio de Janeiro (7 mortos), na batalha bélica do Rio (13 mortos), no incêndio do Ninho do Urubu-Flamengo (10 mortos) e na queda do helicóptero em SP (2 mortos). Todos esses casos não foram acidentes, foram crimes.
Agora, em SC, há uma tragédia anunciada: a queda de um pedaço da Estrada da Serra do Rio do Rastro. A pista já está com fissuras, trincas e rachadura em pontos críticos.
Passamos lá e o que deu para perceber foi que há fissuras na capa asfáltica em quase toda a extensão, trincas em certos pontos e rachaduras num determinado segmento.
Fissuras não comprometem já a rodovia; as tricas já preocupam; e as rachaduras comprometem a estrutura que sustenta a base, a sub base e a capa asfáltica. Quer dizer: rachaduras comprometem a estabilidade da estrutura de sustentação da estrada e a segurança do tráfego.
ESTRADA NÃO INDICADA PARA TRÁFEGO PESADO
Não é preciso nem ser engenheiro, construtor de estradas ou sumidade em infraestrutura para perceber que uma estrada pendurada em penhascos não é lugar para trafegar caminhões pesados como os de toras de madeira que chegam a pesar até mais de 40 t.
Um grave problema de rachadura motivou a interdição da rodovia. Agora liberaram-na para cargas de até 15 t. Até aí tudo bem. Um ônibus pesa em torno disso. Mas agora estão pressionando o Governo para liberá-la para caminhões pesados.
Se isso acontecer haverá problemas. A pista não suporta mais o crescimento na demanda de cargas passadas por lá.
Lauro Müller e Bom Jardim da Serra, por acaso, estão nas extremidades daquele segmento da SC-390. Não são só esses os donos da estrada. Gente de todo o País e até do Planeta visitam a Serra. Portanto, essa estrada é do Brasil e do Mundo.
Anote aí: se cair um metro quadrado sequer da Estrada da Serra do Rio do Rastro o fato será notícia mundial.
Sabendo-se antes do perigo iminente e da repercussão de um desmoronamento, o ideal seria concluir a Estrada da Serra do Corvo Branco, bem próximo dali, que apenas está emperrada num trechinho onde apareceu uma nascente e a conclusão esbarrou na questão ambiental, onde ninguém tem pressa e sim interesse por entrevistas, ocupação de cargos e demonstração de poder.
Com essa outra estrada pronta, dividiria o tráfego e reduziria o risco.
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