O VERDADEIRO CRIADOR DA FESTA DO PINHÃO – Paulo Duarte, que recuperou uma cidade quebrada, resgatou a cultura e fez a 1ª edição dessa festa.

O VERDADEIRO CRIADOR DA FESTA DO PINHÃO – Paulo Duarte, que recuperou uma cidade quebrada, resgatou a cultura e fez a 1ª edição dessa festa.

Gostava tanto do gauchismo que vivia vestido com um bichará tobiano, um tipo de pala de lã rudimentar.

A verdade é que o gaúcho não é apenas aquele individuo típico do Rio Grande do Sul. A Serra Catarinense também fez parte da Região Cisplatina, onde vivia o “gaucho”, termo de origem espanhola, cujo “u” não leva acento. Designava o xiru nativo, que era mistura do índio, o espanhol e o português.

Tanto que os Jesuítas andaram por aqui, de onde foram, expulsos do Brasil. Quando Correia Pinto aqui chegou para fundar Lages e defender a região de invasores espanhóis, encontrou um grupo de “gauchos” que o dizimou, pensando que eram espanhóis invasores.

Foi quando disse as frase que deu origem ao Rio Caveiras, que hoje abastece a cidade.

Foi mais ou menos assim a frase: “Deixem que suas caveiras fiquem ao sol e ao relento para que sirva de exemplo. Assim, outros não ousarão invadir nosso território”.

Logo, pode-se afirmar que a fronteira do gauchismo não é a atual. A fronteira cultural e histórica vem bem mais além: até Lages, Curitibanos, Meio Oeste e Oeste.

O RESGATE DESSA CULTURA

O ex- prefeito Paulo Duarte foi um pesquisador da história gauchesca. Trouxe para palestrar sobre o assunto em Lages vários folcloristas, pesquisadores do gauchismo e a artistas da música nativista.

Os CTGs deram um salto no seu tempo. Duarte criou o Departamento de Tradição e Cultura e desenvolveu a Educação e a Saúde.

Foi ele quem recuperou Lages de uma depressão econômica, da falta de recursos públicos por ter perdido as duas fábricas de papel – PCC e Olinkraft – com as emancipações de Correria Pinto e Otacílio Costa.

MAS FOI NA CULTURA QUE DUARTE TAMBÉM FEZ ESCOLA.

Primeiro resgatou o gauchismo de Lages, criando o departamento de Tradição e Cultura. Com isso alavancou os CTGs, os eventos, os festivais e surgiu o Turismo Rural e a Festa do Pinhão.

O mair evento foi a Festa do Pinhão.

Depois das quermesses no centro com pinhão e quentão, surgiu o Recanto do Pinhão do Calçadão. Em seguida foi realizada a primeira Festa do Pinhão no Parque conta dinheiro.

A primeira edição foi para arrecadar fundos para o Projeto AMO que acolhia o menor carente. A Primeira Dama dona Maria Lúcia, trouxe alguns artistas e montou um espaço no Parque Conta Dinheiro, forrado em costaneira, que foi um sucesso.

AS HISTÓRIAS DE PAULO DUARTE.

Certa vez, Paulo chegava a São Joaquim, na Festa da Maçã. Com sempre, vestindo seu bichará tobiano.

bichará

Ao chegar a uma famosa casa de amigos joaquinenses, entre eles, o Rogério Pereira, dono da rádio Difusora, o trovador Paulo Martins, de Tapes/RS, fazia versos para o pessoal.

Cochicharam em seu ouvido: “Aquele de bichará que vem chegando ali é o Paulo Duarte, prefeito de Lages”.

O trovador lascou esta:

Mesmo sendo outono,

É frio o clima serrano.

Peço licença a todos,

Pra falar como se fosse o dono,

Um pouco do estilo serrano.

Bem ali já vem chegando,

Repontado pelo minuano,

Vestindo um bichará tobiano,

O grande Paulo Duarte,

Famoso prefeito lageano.

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PAULO DUARTE TINHA COMO UMA DE SUAS INSPIRAÇÕES O SEU VIDAL

Certa vez o seu Vidal enfrentou as metralhadoras do Laerte Ramos Viera, um udenista ferrenho, então Secretário de Segurança, que não gostava do PSD do Vidalzinho.

O motivo teria sido um ponto de táxi no Calçadão. O Laerte implicou e cismou em mudar de lugar por conta. Achou que estava muito perto de um posto policial.

Os taxistas recorreram a seu Vidal, mas alertando que os soldados estavam na praça, armados até os dentes. Inclusive com metralhadoras.

Seu Vidal saiu da prefeitura, desceu até a praça, sentou no capô de um carro de praça, como chamavam o táxi naquele tempo, e mandou tocar em frente, bem na direção das metralhadoras.

Vendo o prefeito chegar, os soldados, que eram simpáticos a ele e ao PSD, recuaram. Com isso, o pessoal do prefeito recolocou a placa do ponto no lugar.

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DUARTE DERRUBOU A CERCA DE ARAME

A primeira oportunidade para Paulo Duarte imitar o seu Vidal foi quado um cabo eleitoral chegou a seu gabinete dizendo que um cidadão havia cercado uma área de terras da prefeitura. Era ao redor do Morro Grande, lugar onde hoje está a escadaria e a Via Sacra de Jesus.

Duarte não pensou duas vezes. Mandou-se para o local da invasão. Com a notícia, em poucos instantes, reuniram-se vários puxa sacos para acompanhar a proeza.

Não deu outra: mandou vir um trator de esteira, subiu ao lado do condutor e mando tocar em frente. Logo deram de cara com uma enorme cerca de arame.

Subido no trator, Duarte ordenou ao tratorista que derrubasse a cerca. Foi um extravio de laçaços de arame. Um perigo!.

Sugestão de um assessor

Que após tudo no chão, mandu engatar o arame no trator e que trouxesse de arrasto a cerca inteira até o pátio da prefeitura.

Que ditasse uma frase para por na placa ao lado do monte de arame enrolado. Seriam estes o os dizeres: “Este nunca mais cerca terras de propriedade do município. Que sirva de exemplo a outros invasores!”

Naturalmente o prefeito não aceitou a sugestão.



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