UM JORNALISTA, ANTES DE TUDO, É UM CRONISTA DO COTIDIANO. MAS, O QUE SE ESPECIALIZA NA COBERTURA DA POLÍTICA É UM CRONISTA DAS VAIDADES.
Por mais arranhada que esteva a imagem dos políticos, não há como negar sua importância na vida de uma comunidade ou de uma Nação. Além disso, para os meios de comunicação, assim como para o profissional de imprensa, até as trapalhadas dos agentes políticos não deixam de ser notícia.
Também a missão de vigiá-los e de conscientizar o eleitor da importância da política e do voto são fatos para reflexão. Como diz Maquiavel em sua obra imortal: quem não gosta de política vai ser mandado e tutelado por quem gosta dela.
Portanto, cabe uma explicação do porquê enveredei para o Jornalismo Político. Primeiro porque a gente sempre deve se orgulhar das origens. Segundo porque a gente dever procurar ser útil, através daquilo mais tenha vivência, experiência e aptidão.
Não é por acaso que sou Jornalista Político. Desde a infância que respiro a política. Primeiro, devido à trajetória de meu pai, Luiz José da Silva, e suas campanhas eleitorais. Depois com a profissão que escolhi: a de jornalista nessa área.
Faço relativo sucesso como articulista político porque adquiri bagagem acadêmica e primo pelo zelo no que faço. Não vivo falando bobagens para depois ver acontecer o contrário do que eu digo.
Mas eu garanto que jamais farei tão bem a articulação de um texto sobre política ou uma composição partidária como o meu pai o faria. Por isso que tenho orgulho de minhas origens humildes! Lá sempre fui bem orientado e direcionado para a vida e para a profissão.
Só me queixo porque assim como meu pai, eu também não sou santo de casa que faz muitos milagres. Meu sucesso atual está vindo lá de fora. Assim como e ele que sempre mais reconhecido pelos lá de fora.
Meu pai ajudou a desbravar a nossa terra e foi o primeiro político eleito para o Legislativo, ainda no tempo de distrito. Como o mais votado na eleição de município mãe, Santo Antônio do Sudoeste/Pr, foi o presidente da Câmara. Uma das suas primeiras lutas foi a da criação do Município: Ampére/Pr.
Itaquara Verde, onde nasceu meu pai Luiz J. Silva.
Ajudou a fundar nossa terra, a criar o Município, foi três vezes vereador, três vezes presidente da Câmara e prefeito. Mas foi muito pouco o reconhecido!
Mesmo com toda essa folha de serviços prestados, foi premiado apenas com o nome de uma rua. Ainda porque um generoso vereador ouviu os apelos de nossa família e aprovou o Projeto de Lei.
Às vezes a gente também precisa deixar Nazaré e ir pregar em Jerusalém para ser ouvida e entendida a nossa mensagem. Sem contar que ainda podem só olhar nossos defeitos para justificar uma crucificação!
O caminho honrado é cheio de espinhos
A História vitoriosa de meu pai
Meu pai, Luiz José da Silva, foi um dos fundadores de Ampére. Ele foi o primeiro político a conquistar e a assumir um mandato eletivo no Legislativo.
Foi vereador por Santo Antônio do Sudoeste, município do qual Ampére era distrito. Sendo o mais votado, foi o presidente da Câmara.
Meu pai iniciou as primeiras roças de milho e feijão em Santa Rita. Mas, sempre com o pensamento na política. Começou a dar os primeiros passos em busca da vida pública e acabou lançado candidato a vereador pelo distrito de Ampére para Santo Antônio do Sudoeste. Foi eleito com mais de 330 votos, mais do que os do candidato a prefeito que perdeu.
Devido à votação, foi guindado à Presidência da Câmara. Logo iniciou o movimento para a criação do Município de Ampére. Realeza e Santa Isabel reivindicavam a sede. Mas, o então deputado, Percy Schreiner, bancou o distrito de Ampére como sede.
Foi emancipado o distrito e meu pai se elegeu vereador, novamente o mais votado. Foi 1º presidente da Câmara. Na licença do prefeito Agostinho Egoatto, Seu Luiz, como era mais conhecido, assumiu a Prefeitura por 30 dias.
É que na época não havia a figura do vice-prefeito e o sucessor de plantão era o presidente da Câmara. Revolucionou na área dos transportes, melhorando as estradas e completou a ligação com Santo Antônio.
Alguns anos depois, foi novamente eleito vereador. No segundo biênio desse mandato, foi eleito presidente novamente. Concursado, assumiu como Fiscal de Receita, cargo no qual se aposentou e mudou–se para Curitiba.
Partiu deste mundo no dia 07 de abril de 2013. Deixou essa história pessoal e um exemplo de honestidade, dignidade, valentia na luta pela vida, determinação e vocação para empreender. Seu exemplo serviu tanto para mim como para meus oito irmãos e irmãs.
Mesmo tendo sido um dos fundadores de Ampére, primeiro político a conquistar e assumir um mandato eletivo no Legislativo e autor da Lei que emancipou o Distrito de Ampére, pouco é lembrado na terra em que ajudou a fundar e a transformar em Município.
Graças à luta de meu irmão, Sady José da Silva, hoje Luiz José da Silva é o nome de uma rua, através do Projeto de Lei de autoria do vereador Jacir Vargas.
Origem da minha veia jornalística
Quando eu estudava em Ampére, já nos primeiros passos escolares, tive muita queda pelos textos, os contos de histórias e uma boa inspiração poética. Minhas redações já eram rebuscadas e geralmente obtinham boas notas.
Nunca pensei em ser Jornalista. Imaginava fazer Economia, se um dia chegasse à Universidade. Minha professora de Português no Ginásio, a saudosa Irmã Ângela Bortolloto, foi uma das culpadas por eu vir a ser Comunicador.
Ela era tão exigente com os textos que tirar 07 com ela era motivo de comemoração. Eu me lembro que me esmerava uma barbaridade nas redações e quando vinha a nota era, no máximo, 06 com a observação: defendeu-se com relativo brilho!
Ainda sem concluir o Ginásio, fui aprovado no concurso para professor. Inicialmente assumi como Secretário da Irmã Ângela, diretora geral do Colégio Central e do Ginásio.
Ao ser criado o segundo colégio, já com alguma experiência fui ser Secretário da diretoria, Irmã Célia Bortolotto Prêmoli, outra incentivadora e também responsável por eu seguir a carreira jornalística.
Por que Jornalista Político?
Ser Jornalista Político foi uma tendência natural por ter respirado política em casas desde pequeno. Com o pai sempre envolvido nas campanhas eleitorais e na vida pública, essa tendência veio do berço.
Durante o Curso de Jornalismo eu já trabalhava na TV, onde produzia programas de auditório, escrevia artigos sobre a programação da emissora e uma página no Informativo da Associação dos Funcionários do Banestado, onde fui funcionário concursado.
Numa palestra na Faculdade, o conferencista Roberto Shinyashiki revelou a história do primeiro discurso de Abraão Lincoln, no Senado Norte Americano.
Logo que Lincoln subiu à Tribuna, um senador da oposição já pediu um aparte, antes mesmo do início de sua fala: – “Presidente, nunca esqueça que o senhor é um filho de sapateiro!”
Lincoln engoliu em seco a provocação e disse: – Sr senador! Se existe algo de que nunca me esqueço é da minha origem! Sou filho de um sapateiro, sim senhor! Mas, também sou neto de um lenhador, que me dizia: – “Se tiveres oito horas para cortar uma árvore, fique seis afiando o machado”.
E prosseguiu: eu aprendi a consertar sapatos com ele. Inclusive se o senhor quiser me testar, conserto o seu. Porém, creio que jamais tão perfeito como meu pai o faria!
Este Jornalista aqui faz relativo sucesso como colunista político. Porém, nunca articularia tão bem um texto político ou uma composição política como o Seu Luiz José da Silva o faria.
Meu pai foi um exemplo para minha carreira, inspiração para o Jornalismo Político. Ele sempre me exigiu bons resultados na escola e me aconselhava para uma postura com retidão na vida.
Porque falo tanto em Ampére?
Como em tudo há um porquê e uma origem, não poderia me esquecer da terra onde passei a infância, a adolescência, a juventude e fiz o Ensino Fundamental: AMPÉRE/Pr.
Nasci em Francisco Beltrão, na localidade de Santa Rosa, Costa do Rio Erval. Talvez por isso tomo chimarrão desde guri.
Meu pai, Luiz José da Silva, casou-se com a Dona Santina Olivia da Silva e iniciou a historia de nossa família nessa localidade: Santa Rosa.
Aos meus dois anos de idade, mudamos para Ampére, onde havia apenas um picadão e algumas famílias pioneiras às margens. Acampamos onde hoje é a Fábrica de Móveis Simonetto. Seu Luiz “tirou“ um sítio na hoje Linha Santa Rita, para nossa morada definitiva. As terras eram devolutas.
Lá mesmo, aos cinco anos de idade, entrei para escola, cuja professora era minha Tia Lindarci. Um ano depois já estava alfabetizado. Assumiu nova professora e segui em frente com os estudos.
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