VIVE SONHANDO QUE A SORTE MUDARÁ SUA VIDA
Aqui o que entendemos formar a cesta básica de ilusões do brasileiro.
NEM PODERÍAMOS COMEÇAR SEM REVELAR JÁ O ITEM PRINCIPAL DA CESTA: O CARNAVAL
Veja que o carnaval é uma festa que tripudia sobre os inocentes úteis. E é um dos itens da cesta básica de ilusões do brasileiro. É onde ele sente o sabor de ser rei.
No carnaval, hoje o pobre é rei e amanhã vai limpar a sujeira da festa que alegrou os privilegiados.
VEJA AS OUTRAS ILUSÕES DO BRASILEIRO, ENTRE TANTAS, É CLARO
Carro na garagem (nem que a casa seja numa área verde, o carro está lá e geralmente vale o dobro). Futebol, novelas, loterias, livros de auto-ajuda e cozinha quarto cheios de coisas inúteis.
Esse é o terreno fértil para alguns privilegiados se beneficiar.
EXPLORANDO AS ILUSÕES DO POVO
E é tão verdade que o brasileiro é usado devido sua inocência e ilusão, que até governantes sempre souberam usar muito bem esse perfil ilusório das pessoas para arrebanhar adeptos e votos.
No caso da casa própria não é só ilusão e sonho, é uma necessidade de todos e um mínimo componente da dignidade humana. Mas, a ilusão foi a criação de projetos e estímulos para moradia a todas as famílias pobres.
Claro que teve seu lado bom. Muita gente nunca teria o seu teto. Há que se reconhecer que a política na habitação popular foi uma das melhores dos dos últimos governos.
Mas também essa política social meia sem planejamento criou déficit público e endividou as pessoas.
Outro exemplo de mercado de ilusões foi que a lei prevê que apenas 30% do salário podem ser comprometidos com gastos fora do sustento. Mas, para continuar iludindo arranjaram um jeitinho: o empréstimo.
Para resolver o problema da incapacidade de endividamento, criaram o crédito consignado. Também teve seu lado bom, mas, também ajudou a endividar as pessoas.
A ilusão do carro na garagem valendo o dobro da casa também foi muito bem aproveitada pelos governos. Basta só perceber que deram até subsídios para a compra de carro zero. Foi com a justificativa de aquecer o mercado. Nem tanto, foi mais um bom uso da ilusão do brasileiro.
Futebol e novelas são ilusões porque só enriquecem os outros (o mercado e os personagens) e pouco somam, a não ser acalentar o sonho de um dia ter a vida que os protagonistas têm. É uma espécie de projeção.
Loterias e livros de ajuda são as ilusões mais perversas, Os sonhos de conseguir ficar rico ou sair de dificuldades, mas que, no caso das loterias, há o risco de viciarem a pessoa que pode virar uma jogadora compulsiva.
E o sonho das coisas que adquirimos e que não agregam muito a nossa vida. Quarto, sala e cozinha recheados de coisas inúteis, por exemplo. Observe que há muita sala de estar cheia de sofás, cadeiras, mesas, aparelhos e coisas que ninguém usa. É que todos vivem na cozinha.
É comum a cristaleira estar cheia de copos de cristais e a dona da casa usar o copinho de vidro da azeitona da Cica para tomar água, café e até servir as visitas. Os cristais são para que os olhos batam de longe. Sem citar a quantidade de eletrodomésticos por toda parte, mas só para engordar a conta da energia.
E o quarto, então!? Geralmente é cheio de roupeiros sem roupas, tapetes e abajures que nem são ligados e tapetes. Há gente que nem precisa de almas humanas por perto. O recheio material já é o suficiente.
SONHO NÃO É ILUSÃO
A cesta básica de sonhos do brasileiro é bem diferente da cesta básica de ilusões. Ter ilusões é quando o sujeito engana a si próprio acreditando em alguma coisa ou situações, sabendo não serem possíveis.
O sonho da pessoa tem seu lado produtivo. Um sonho de se formar, de ser um empresário, um médico, enfim, de ser alguém, motiva o ser humano a lutar pelo seu futuro.
Tanto que se diz: meu sonho é criar meus filhes com dignidade, dar estudo e um futuro a eles. Se você pensar assim, todos os dias, vai conseguir. O sonho vai se tornar realidade. Pensar positivo é importante. Pensar grande também.
Nós temos a mania de colocar tudo no diminutivo: meia horinha, bem certinho, tiozinho, assim por diante. A verdade é que o nosso cérebro se condiciona com isso. Daqui um pouco a gente estará se contentando com migalhas e puxando para traz.
Outro dia me disseram que se eu fechar um contrato de serviço de minha atividade, mesmo que ele seja pequeno, é bom dizer fiz um contrato e não um contratinho. O que eu faço e vendo deve ser valorizado primeiro por mim. Assim começo a mostrar às pessoas que o meu produto é bom, resolve e traz retorno.
EDITORIAL
CARNAVAL
Festa onde o pobre é ‘inocente útil’
A justificativa para se continuar iludido com essa festa e usando dinheiro público nela é a de que ela gera milhares de empregos, no ano de 2019 anunciaram que foram 23 mil empregos temporários, R$ 6 bilhões em divisas para incremento na economia e de que é a maior festa popular que projeta o Brasil no exterior.
Tudo bem! Por esse lado, é verdade!
Mas e o outro lado da moeda? Quantos bilhões se perde com o País parado, sem considerar que em janeiro e fevereiro nada acontece, pois o ano só começa depois do Carnaval? E a sujeira sólida, física e social que ele deixa, que são as doenças que espalha; as novas datas de aniversários de novos inocentes úteis; os gastos públicos desnecessários que traz; e as dívidas dos mais pobres, por causa dele?
Tudo isso pode-se dizer que é só para meia dúzia de ricos, privilegiados e celebridades se divertir e para milhões de oportunistas lucrar?
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