Nos tempos áureos da UVERES, fui a Brasília cobrir um Congresso de Vereadores e visitas da delegação de vereadores da Serra na Câmara, no Senado e nos Ministérios. Foram acompanhados pelos deputados: Fernando Coruja, Ivan Ranzolin e João Rodrigues.

Na última noite, houve um jantar a convite dos três parlamentares e fomos dormir muito tarde. No dia seguinte, embarcaríamos pra Lages: eu, o Coruja e dois assessores, um deles o Chefe de Gabinete, Orquizio. Objetivo: a abertura da Festa do Pinhão.

Eu estava hospedado no a AP do Coruja. Saímos às pressas pra pegar o avião. O Orquizio já esperava na portaria, com o motor do carro ligado. Em menos de uma hora teríamos de estar fazendo o Chek in.

Na correria, até esquecemos algumas coisas. O Coruja usava em Brasília dois pares de sapatos quase iguais. Eu calçava um par de sapatos bico chato, um pouco folgado.

Na pressa, nem observamos direito os sapatos. Correndo, embarcamos no carro e o Orquízio – profundo conhecedor de Brasília – chegou ao aeroporto em menos de 30 minutos.

Já no avião, o Coruja se queixava: –  danado desse sapato ta tão apertado. Olhou discretamente e percebeu que havia calçado um pé de cada par de sapatos e por cima um de cada pé…

Isso me chamou atenção porque meus pés também doíam. Dei uma olhada e logo percebi logo a troca. Ninguém falou nada. Simplesmente destrocamos os sapatos.

Um ano após o episódio, o deputado Coruja contou pra todo mundo: – “Saímos de Brasília às pressas e acabei calçando um pé de cada par de sapatos. Descobri já no avião, porque me doíam demais os pés”!

Aí fui obrigado a confessar também: – “pois eu calcei os pés trocados porque só estava com um par nessa viagem. Mas, a pressa era tanta que se tivesse com dois pares também calçaria um pé de cada”.