O CANTOR FAMOSO QUE FOI SERVENTE DE PEDREIRO E VENDEDOR DE SANTOS – O dia em que a imagem do santo chorou e o que vendeu um santo por outro.

O CANTOR FAMOSO QUE FOI SERVENTE DE PEDREIRO E VENDEDOR DE SANTOS – O dia em que a imagem do santo chorou e o que vendeu um santo por outro.

SEM VENDAS, NEM PARA ALMOÇAR E VOLTAR PRA CASA, TEVE DE VENDER UM SANTO POR OUTRO AO DEVOTO.

O vereador, empresário e Cantor, Pedro Freitas, que fez sucesso nacional com a música Whisky Sem Gelo, era agricultor em Anita Garibaldi/SC.

Certo dia, vendeu as ferramentas, o fogão e demais utensílios, pegou a mulher, os filhos, as roupas do corpo e os trens de cama e partiu de ônibus para Lages/SC, tentar uma vida melhor.

Inicialmente se hospedou na casa de um cunhado, mas logo arrumou trabalhou como servente de pedreiro. Como fazia o triplo do que os companheiros faziam nas escavações, ganhou logo a antipatia do pessoal que foi obrigado a render mais. Ao mesmo tempo, conquistou a chefia e passou a apontador.

A alta produtividade, ao fazer valos, devia-se ao fato de que se criou na roça e nessa lida desenvolveu mais força e habilidade.

Logo que foi concluída a obra do prédio do Banco do Brasil, onde trabalhava, ficou desempregado. Convidado por um amigo, foi ajudar nas vendas de santos. Na primeira viagem a Aparecida do Norte buscar “mercadoria” e depois com as primeiras vendas, viu ali uma oportunidade de ganhar mais.

Arrumou um empréstimo bancário, uma “vaquinha” com amigos e completou o dinheiro para comprar uma Rural e fazer a primeira compra de santos. Com outro amigo, foi a Aparecida, na primeira aventura interestadual de sua vida.

De volta a Lages/SC, montou uma equipes de vendas e foi à luta. Primeiro lugar foi Cerro Negro, onde havia muitos devotos de imagens, quadros e capelinhas de santos. Foram apenas com o combustível de ida, confiando nas vendas para o almoço e a volta.

Lá, espalhou os vendedores em campo, cada um com dois itens à venda. Em uma hora retornaram, decepcionados, dizendo que o pessoal só queria comprar uns santos chamados “Irmãos Canósi”. Essa era uma dupla que havia sido assassinada e muita gente já havia alcançado graça em promessas junto ao seu túmulo.

Pedro Freitas lembrou que ao comprar a carga em Aparecida veio de brinde um rolo de gravuras de Cosme e Damião. Não deu outra: cortou a parte inferior com o nome de ambos e substituiu as gravuras originais dos quadros.

Em meia hora esgotou o estoque. Dizem que até hoje as pessoas cultuam por lá as imagens de Cosme e Damião por Irmãos Canósi.

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O DIA EM QUE O SANTO CHOROU

Outro episódio marcante na vida de vendedor de santos do cantor Pedro Freitas foi no Paraná. Começaram a cair as vendas em SC e a vida ficou difícil. Foi com sua equipe vender no Paraná.

Como já era influído a cantar, logo fez uma dupla com um dos vendedores e acabaram fazendo sucesso na Zona de Palmas/PR.

Foram tão bem no show que acabaram ficando hospedados lá mesmo. Ao mesmo tempo, vendiam santos às bailarinas, às donas da casa e a muitos “clientes”. Estes, diz que levavam os santos mais para despistar a noitada, em casa.

Saíram de lá e partiram para as vendas. Num primeiro momento não venderam mais nada. De volta para tentar arranjar dinheiro, ao passar a ponte do chamado Rio Chopim, estava uma neblina e um frio danados. O carro começou a enguiçar, emperrou e fundiu o motor. Ficaram à beira da estrada, sem rumo.

Olharam para trás, a mercadoria toda por vender, a noite chegando e eles na beira da estrada sem saber o que fazer.

De repente o Pedro olhou para um quadro com a gravura de São Cristóvão. Qual não foi o espanto quando viu que a imagem estava chorando. Olhou para a imagem do colo, o gurizinho já estava “fazendo beicinho” para chorar de pena da má sorte dos vendedores, disse.

Assim que arranjaram socorro suspeitaram que teria sido castigo por terem se hospedado e vendido santos numa casa noturna.

Pedro Freitas entrou para a política, foi duas vezes vereador e chegou a ocupar um cargo influente no Palácio do Governo de Santa Catrina.

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POSTAGENS ANTERIORES

PEDRO e MANECA LANÇAM – 70 anos de Maneca radialista e cantor

Neste domingo, dia 26, será lançado o CD 70 anos de Maneca na Rádio Clube e como cantor sertanejo em dupla com o Tavinho. Será na Sede dos Aposentados e Pensionistas, na Avenida Belizário Ramos, ao lado da ACIL.

O álbum tem a parceria do cantor Pedro Freitas – homem do Whisky Sem Gelo – e os Filhos do Rio Grande. Na programação artística de lançamento, a partir das 14h, é a seguinte:

14h – Adelar Di Freitas & Alex;

16:30 – Lançamento do CD com Maneca, Pedro Freitas e Irmãos Binchini;

17:30 = Tarde Dançante com os filhos do Rio Grande.

Músicas que compõem o CD Maneca e Pedro Freitas.

Músicas que compõem o CD Maneca e Pedro Freitas.

Histórias da dupla Maneca e Pedro Freitas.

O Maneca chegou a Lages, vindo de Gaspar/SC, há 70 anos. Posteriormente conheceu Tavinho, companheiro numa dupla sertaneja, e de programas de rádio, shows, televisão e animação de bailes e festas.

Nessa época, a dupla Maneca – Tavinho, juntamente com o Souzinha,  reunia multidões no interior de nossa região. Animavam festas, bailes, aniversários e até casamentos.

Maneca começou com a Rádio Clube, há 70 anos e seu programa está no ar todos os dias.O apresentador está no Guinness Book (Guinness World Records) como o radialista com mais tempo ininterruptamente no ar.

Tavinho e Maneca apresentaram por muito tempo outro programa de grande sucesso: o Grande Rodeio Rádio Clube, aos domingos. Reuniam artistas locais, regionais e atrações de fora. No estilo Grande Rodeio Coringa da Rádio Farroupilha e depois Rádio Gaúcha de Porto Alegre.

O Tavinho, além da dupla com o Maneca,fazia programas na rádio e com a vinda da TV Planalto produzia e apresentava o programa mais tradicional até hoje na TV local: Roda de Chimarrão.

O lançamento do CD 70 do Maneca e Rádio Clube é um precioso documento e ótima oportunidade para se relembrar os grandes momentos de ambos e revelar a bela história de dois artistas importantes do rádio catarinense. A música do nome do CD é o Xote do Papai (de Maneca, Tavinho e Souzinha).

História do Pedro Freitas

O cantor Pedro Freitas chegou aqui há mais de 40 anos, vindo de Anita Garibaldi, com a esposa, os filhos e alguns pertences como forros de cama, panelas e pratos.

Veio de ônibus da Manfredi, com algum dinheiro, produto da venda dos móveis e utensílios, especialmente o fogão, mesas, cadeiras e mais algumas coisas de algum valor.

Foi morar de favor com um cunhado e logo pegou emprego de servente na construção do Banco do Brasil. Como era acostumado no serviço pesado na roça, fez a primeira tarefa em tempo recorde. Abriu um valo três vezes mais rápido que os demais.

Ao mostrar que se poderia produzir muito mais no trabalho, inicialmente foi odiado pelos colegas. O apontador da obra relatou esse ocorrido ao chefe geral, que o promoveu a coordenador, imediatamente.

Em pouco tempo já alugou uma casa para não depender mais de favores. Logo fez carreira profissional como vendedor. Conquistou confiança nos bancos e movimentava uma conta corrente considerada boa. Bem logo comprou uma Rural para viajar como vendedor daquilo que aparecesse.

Vendedor de Santo

Após o início duro na construção civil e como vendedor caixeiro viajante, Pedro Freitas foi a Aparecida do Norte acompanhar um colega que vendia Santo. Este trazia os quadros de Aparecida e os vendedores logo esgotavam o estoque. O Pedro era campeão de vendas. Percebendo a oportunidade, Pedro Freitas logo resolveu entrar para a atividade. Pegou a Rural e um colega e se mandou para Aparecida do Norte.  De lá trouxe a primeira remessa que dava para vender o mês todo. Foi sucesso total.

Mas não foi fácil no começo! O primeiro local que escolheu para vender santos foi Cerro Negro. Era apenas uma serraria com umas 30 casas. Mas, o boteco e o armazém eram movimentados pela população da redondeza. Levaram combustível só para ida. Tinham certeza da venda certa. Até o almoço era vinculado às vendas.

O pessoal saia a campo e não vendia nada. Só queriam quadros duns santos que conheciam como Irmãos Canozzi. Voltavam tristes, sem nenhuma venda dizendo que só queriam quadros duns tais “Irmãos Canozzi”. O Pedro lembrou que junto viera um pacote de gravuras de Cosme e Damião como brinde. Não deu outra: Cortou o nome de ambos, pos a gravura no lugar da imagem anterior e vendeu como irmãos Canozzi.

Em poucas horas esgotaram o estoque de Canozzi e foram almoçar, abasteceram e voltaram felizes da vida. Até hoje o pessoal de lá ainda adora, venera e cultua Cosme e Damião como Irmãos Canozzi.

O próximo lugar que foram vender santos foi no Paraná. Em Clevelândia e Palmas foi onde venderam mais quadros. Vendiam até na Zona. Explico: era uma boate onde se reunia toda a população para se divertir. Logo o Pedro articulou hospedagem por lá mesmo. Até refeições conseguiam de graça. Venderam quadros até para as mulheres da Boate. O mais pedido era o de Santo Expedito e o de Santa Luzia.

Passada essa fase da vendas de santo, o Pedro Freitas passou para a noite como dono de Bailão. Trazia atrações de fora, até que encontrou o autor da música Whisky Sem Gelo.

Após animarem um bailão em seu clube, ambos foram descansar em sua casa na Avenida Santa Catarina, perto do Triângulo.

O artista compositor havia levado um fora da namorada e andava numa fossa danada. À tarde, pensando em compor uma música carro-chefe do disco do Pedro, terminou a cerveja. Só havia uma garrafa de Whisky, mas não tinha gelo. “Tomamos assim mesmo”, disse o compositor. Surgiu aí letra da música, inspirada na história da namorada do compositor e o Whisky Sem Gelo foi o título da faixa que deu nome ao disco de vinil da estréia de Pedro Freitas na música.

maneca

A música Whisky Sem Gelo é o maior sucesso de um cantor lageando. O segundo sucesso é o Xote do Caminhoneiro, do Grupo Os filhos do Rio Grande.

 



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