QUANDO O PREÇO DO FEIJÃO ESTIVER EM ALTA PODE SER PORQUE A PRODUÇÃO IDEAL É CÍCLICA – Safras sempre dependem do clima, do mercado e de um consumo estável.

QUANDO O PREÇO DO FEIJÃO ESTIVER EM ALTA PODE SER PORQUE A PRODUÇÃO IDEAL É CÍCLICA – Safras sempre dependem do clima, do mercado e de um consumo estável.

É BEM PROVÁVEL QUE AUMENTE O PLANTIO NA PRÓXIMA SAFRA E AÍ O PREÇO CAIA POR SUPER OFERTA. AÍ VEM NOVA CRISE, MAS PELO PREÇO BAIXO.

DEVIDO À OFERTA IRREGULAR DO GRÃO, DEMAIS NUM PERÍODO E DE MENOS NOUTRO, OCORRE A ALTERNÂNCIA COM OUTRAS CULTURAS. DAÍ EXISTEM ALTOS E BAIXOS NO PREÇO.

Nos últimos anos a oferta de feijão caiu porque os produtores preferiram plantar a soja para exportação. Hoje o feijão de cor chega a custar R$ 15,00 o KG.

E o feijão preto, o preferido para a feijoada, só é encontrado aquele do estoque velho, que nem cozinha direito.

HISTÓRICO

Há épocas que o feijão é tão caro que chega a ser a preço de ouro. Isso até já motivou ladrões a colherem lavouras na calada da noite.

Por muitas razões e porque o feijão é cereal produzido e consumido em poucos países é que ele está ameaçado de extinção. Até porque seu preparo é difícil, demorado e a dona de casa é cada vez mais ocupada e faz culinária dentro da modernidade e das tendências.

Baseado nisso é que técnicos alertam para o fato de que o feijão para o consumo é um cereal em extinção. O poucos países que o consomem e o produzem é mais por tradição: basicamente é o Brasil e o México. E é produzindo nesses dois, mais a Venezuela.

O que ainda dá certa procura no exterior é o seu consumo em determinados restaurantes de brasileiros. Nossa culinária tradicional tem dois produtos competitivos lá fora: a feijoada e o churrasco na brasa.

Mas no Brasil o feijão vale ouro.

Especialmente para a feijoada, é um cereal que vale muito. Recentemente aconteceu um fato inusitado. Uma lavoura de feijão foi colhida na madrugada. O produto estava sumido e valia muito dinheiro. Aí compensou o trabalho difícil e perigoso.

 

O QUE DEMOS ANTES

 

Feijão está tão caro que ladrões já colhem lavouras na calada da noite

 

Quadrilha furta o grão até no pé. Produtores temem novos custos de produção com vigias noturnos. Aqui no Sul o plantio começa em agosto e fatos ocorridos no Centro do País chamam a atenção: o furto em celeiros e até colheita de lavouras na calada da noite.

É inacreditável, mas aconteceu. Produtores de feijão do Centro do País enfrentaram uma situação no mínimo curiosa, inusitada e inesperada: o furto de feijão na lavoura.

Até hoje o furto e o roubo no campo eram comuns em fazendas de gado, suínos e equinos. Era uma questão de valor. Para compensar o risco e a dificuldade, em qualquer furto existem produtos, mercadorias, bens ou animais visados.

O furto de feijão era algo raro, quase inexistente, devido ao grau de dificuldade de acesso e o valor antes irrisório do grão. Mesmo nos celeiros não era comum, porque geralmente o cereal é acomodado a granel e há dificuldades naturais no acesso às sedes das propriedades. Geralmente as estradas são ruins, existem cães, arame farpado, escuridão e isolamento.

Acontece que nos últimos tempos o feijão passou a ser uma raridade e seu valor, quando há escassez, é quase a peso de ouro. Então passou a valer a pena correr o risco e desafiar as dificuldade para conseguir o produto.

Houve um caso em que o produto estava “dando sopa”, acomodado em sacarias em galpões de fácil acesso. Quadrilhas levaram centenas de sacas de uma só vez.

O fato mais curioso foi a colheita de uma lavoura, à noite. Arrancaram os pés, carregaram às pressas, inclusive a máquina colheitadeira batedeira, e provavelmente foram processar em outro local. Vejam o valor do feijão! Às vezes justifica uma operação tão complicada e uma logística tão difícil, penosa e arriscada.

Furtar feijão para o consumo de um ano de uma família ou de algumas cozinhadas, como diria a cozinheira, até seria compreensível. Agora, furtar uma lavoura de alguns hectares é algo inédito, espantoso.

É preciso know-how e envolve muito tempo para todo o processo. Somente é viável com a ajuda de gente especialista em colheita e conhecedora de toda a rotina da propriedade.

Safra no Sul

No Sul dod Brasil está na entre safra do feijão. Quem plantou já colheu e já vendeu. Agora começou o plantio. Houve produtor que “se encheu da gaita” em São José do Cerrito e Campo Belo do Sul, na Serra Catarinense. As 300 ou 500 sacas foram disputadas a tapa pelos compradores.

Com a tendência de preço em alta é bem provável que este ano o plantio seja um pouco maior. Quando chegar a colheita, certamente o risco de furto também rondará por lá.

Falamos com produtores experientes no assunto – que não quiseram se identificar por questões óbvias – e concordam que será preciso cuidados especiais na segurança das lavouras daqui em diante, com esse valor de ouro do grão.

Será mais um fator de custo de produção. Como o vigia à noite é mão de obra com adicional noturno, certamente causará significativo impacto no custo de produção.

A curiosidade do pessoal especializado em lavouras é saber como os ladrões conseguiram tanta gente para executar a operação da colheita noturna em lavouras. Certamente só foi motivada pelo atual preço dos cereais. Provavelmente viabilizaram tão complexa operação com permuta do grão pelo trabalho.

A pergunta que não quer calar, entre o pessoal entendido no assunto colheita, é como foi possível mobilizar tanta gente para colher feijão. É tão difícil recrutar para trabalhar de dia, imagina para uma operação destas à noite. Haja motivação!



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