CAUSOS E LENDAS DO SUL – No baile, o gaúcho cria um verso para os olhos da prenda…

CAUSOS E LENDAS DO SUL – No baile, o gaúcho cria um verso para os olhos da prenda…

VANEIRA DE DAMAS

 

Nos bailes de antigamente existia a “vaneira de damas”, momento em que parava a gaita e o ‘peão’ precisava  fazer um verso repente para a moça que tirou para a dança. 

Um cara do sul foi muito criativo e original no palavreado para tentar encantar a menina, veja:

– “desde que te vi que me aquerenciei dentro de ti…

Me vi refletido nas ‘gurias’ dos teus olhos!”   

 

O caso da cerveja quente

Em Santa Catarina, até os anos 2000, não havia luz elétrica em muitos pontos do interior.

Em Lages, o interior da Coxilha Rica fica a 100 km da cidade.

Certa vez o prefeito e sua equipe foram conhecer um rio onde seria construída uma usina hidrelétrica.

Na volta, dois dos companheiros saíram na frente.

Pararam numa ‘bodega’ e viram só duas garrafas de cerveja na prateleira.

Mandaram abri-las para tomá-las antes e deixar com sede o prefeito e dois assessores que chegariam dali um pouco.

Ao chegar o prefeito, eles já estavam no último copo das cervejas quentes.

Louco de sede, o chefe perguntou:

– Cerveja não tem mais? Não é Dona Inácia.

Ela:

-Dessas quentes aí não, agora só tenho das geladas!…

 

(É que havia uma geladeira a gás na casa…)

 

O gaúcho vai começar o chimarrão

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Para saber se a água está no ponto, chama o cachorro, tira um gole e  joga no lombo do bicho, se pelar está no ponto de seguir com o mate

 

Veja agora:

A inauguração do ‘Cavalódromo’

 

Aquele prefeito do interior de SC foi inaugurar um espaço para ‘estacionamento’ dos cavalos que vinham do sítio.

Na cerimônia começou o discurso assim:

Uma “sarva de parma” pro carpinteiro que fez o local de amarrar as rédeas dos cavalo”!

Uma “sarva de parma” pro encanador que “instalo a tornera”!…
Uma “serva de parma” pro índio guarani que fez o cocho…
Aí, de “sarva em sarva de parmas”, ficou sem assuno.

Mas não se apertou: deu uns três passos até o cocho, tomou uns goles, e disse:

Pronto! “Tá nagurado”.

 

ADMIRANDO O PICASSO E O MULHERAÇO…

 

Um gaúcho de Quaraí, lugar de mais tradicionalistas do RS, onde usam bombacha que precisa duas cadeiras pra apará-las, vendeu todas as suas fazendas, encheu a guaiaca de dinheiro e se foi “de mudança” morar em Porto Alegre.

Já há um ano vivendo na capital, rico e circulando por todo canto e nada de sair nas colunas sociais.

Um dia, andando pela Rua da Praia, cruzou com um amigo de infância e que já morava há tempos na capital.

Mal começaram a conversa, o novato já reclamou:

– Como pode? Estou cheio da gaita (dinheiro para o gaúcho) e ninguém fala de mim “nas tal de coluna social!…”

– Leio tudo que é jornal e não vejo uma linha sequer sobre mim…

– Enquanto isso, tudo que é pé rapado, que se a gente virar de ponta cabeça não cai um níquel do bolso, toda hora está nessa imprensa, até na tal de Internet e com baitas fotos…

Então o amigo explicou:

– Olha, não basta só ter dinheiro pra sair em coluna social. É preciso circulara nos lugares certos e ter atitude…

Seguinte:

 Vou tentar te ajudar. Vamos dar uma volta, neste sábado. Abriram uma exposição de quadros famosos, vamos lá que estará cheio de colunistas, repórteres e câmera por toda parte. Faça uma proeza: remata um quadro bem caro e doa para uma entidade beneficente que tu já sai em tudo que é jornal, rádio, TV; até “na tal internet!…”

O baita novo rico já gostou da ideia:

– Será mesmo? E lá se foram pra uma exposição de tudo que era pintor universal: Salvador Dalí, Da Vinci e até Pablo Picasso.

Logo na entrada, já pararam em frente a uma galeria só de quadros famosos de Picasso: um era de um nu masculino e o outro de um nu feminino. O vivente parou bem na frente, admirado!…

O amigo se aproximou e apontou para o nu masculino e disse:

– Este Picasso aqui deve custar uns 4 ou 5 mil.

Aí o gauchão recém chegado à cidade grande observou:

– “Mas báaaa, tchê! Se esse picaço aí vale tudo isso, então calcule quanto não vale esse bu…mulheraço aí do lado!…”

 

 

SUJEITO ADAPTA ESTAMPA DA CAMISETA DA UNIVERSIDADE DE BOSTON:

Veja como ficou:

 

 

UM BOI DE BOTAS NOS ESTADOS UNIDOS

Um conhecido Boi de Botas de Lages recebeu a visita de um amigo que recém chegara dos Estados Unidos. Vestia uma camiseta com a inscrição no peito: “Universidade de Boston”.

O Boi de Botas não deixou por menos: mandou logo estampar uma igual, mas com a inscrição: “Universidade de Merdon”.

Tiramos de uma charge do livro de Barbosa Lessa, folclorista e estudioso da cultura do Rio Grande do Sul. Foi reeditada nos causos do jornalista Eron J Silva em seus tempos de Jornal a Notícia/Joinville

 

 

AS TRAPALHADAS DE PREFEITOS E VEREADORES.

 

Secretário é demitido porque esqueceu o “carção” para o chefe inaugurar banheiro carrapaticida (para o gado).

O prefeito de uma cidade da Serra Catarinense demitiu o chefe de gabinete perque não levou um “carção” para ele inaugurar um banheiro carrapaticida.

Detalhe: esse é um banheiro para banhar boi e exterminar os carrapatos.

 

ISTO É INCRÍVEL!

 

Um vereador foi saudar um homenageado seu ao qual dera o título de cidadão.

Mostrando o diploma, disse:

Quero que meu homenageado leve este diploma como prêmio por ter tido a coragem de vir morar aqui….

Percebendo a café, quis consertar e emendou:
Porque quando ele chegou isto aqui era um sertão… Ali onde está a matriz era um Pinhal. Comi muitos veados dali…
(Referia-se ao veado pardo).
Aí um bêbado, daqueles tradicionais de toda cidade, observou: e ainda come, de vez em quando….

 

PREFEITO NÃO ESPALHA O CASCALHO E ENCHE A CIDADE DE LOMBADAS
Um prefeito de SC foi pedir cascalho ao governador Jorge Bonhausen.

O governador: vou mandar te levar 50 cargas de cascalho. Mas não espalha!
O prefeito: deixa comigo.
Um mês depois a cidade estava com 50 lombadas espalhadas pelas ruas…

 

INAUGURANDO O “CAVALÓDROMO”
Aquele prefeito do “Carção” foi inaugurar um cavalódromo.
Na cerimônia começou o discurso assim:

Uma “sarva de parma” pro carpinteiro que fez o local de amarrar as rédeas dos cavalos!

Uma “sarva de parma” pro encanador que “instalo a torne”!…
Uma “serva de parma” pro índio guarani que fez o cocho…..
Aí, de “sarva em parva de parmas”, ficou sem assuno.

Mas não se apertou: deu uns três passos até o cocho, tomou uns goles, e disse:

Pronto! “Tá nagurado”.

 

 

CAPA DA GAITA

Antigamente {até mesmo hoje} no interior do Sul as mulheres faziam a roupa de baixo com tecido de algodão, aquele das sacas de açúcar, sal ou farinha. Algumas até conservavam a marca Mossoró.

Num baile da região da Serra Catarinense, a moça mais dançadeira da redondeza usava a roupa de baixo presa na cintura com um cordão, arrematado com um tope, no lado.

As marcas vinham uma atrás da outra, como punhaladas de canhoto. Era só chote, vanerão e rancheira de arrombar.

A guria se entreverou na dança e parecia um pião: rodava para os dois lados.

Numa daquelas, desprendeu-se a peça da cintura e escorregou perna abaixo. Mas ela não se apertou: com o bico da bota, jogou a calcinha para o gaiteiro, e gritou: Olha a capa da gaita, Tio Nelo!

 

AS MELHORES HISTÓRIAS FOLCLÓRICAS E REAIS DA REGIÃO DA SERRA CATARINENSE.

 

PESCARIA NO PANTANAL

Uma turma de um dos estados do Brasil {parece-me que bem de perto da SC} todo ano vai pescar no Pantanal do Mato Grosso.

Dizem que o grupo reúne empresários, profissionais liberais e até alguns políticos.

Só que a única coisa que parece que não fazem no Pantanal é pescar. Seria só um pretexto. O negócio, mesmo, é fazer folia e se divertir.

Também dizem que no meio da viagem há até um estabelecimento especializado em fornecer peixe, arranjar caixa de isopor para conservá-lo, tudo com muito sigilo.

Desconfiadas, as esposas desses amigos começaram a se movimentar e pressionar para participar da próxima pescaria. Uma ligava para a outra sugerindo a ideia.

Os “pescadores” se reuniram para debater o assunto. Chegaram à conclusão de que não daria nada. Elas iriam perceber que não passava de pescaria mesmo. Uns sugeriram para esquecer o repelente de mosquito, que nunca mais iriam querer pescar.

E lá se foram para a pescaria.

Acontece que o final da viagem é por água. Uma Chalana, espécie de balsa, um verdadeiro hotel flutuante, leva o pessoal por cerca de 300 quilômetros Pantanal acima.

Não contavam com um detalhe: por azar, nessa viagem, o balseiro era o mesmo da pescaria anterior.

Já na chegada, com as esposas entreveradas na turma, ouviram do balseiro:

– Nossa! Não dava pra arrumarem umas mulheres um pouco melhores? As gatas da pescaria anterior davam de 10 a zero nessas aí!

 

 

O COMPADRE E A COMADRE

Tomar um chimarrão ou ir pra cama?

Um compadre foi visitar o outro, mas, deu com os burros n’água. O compadre viajou e só voltaria muito tarde.

A comadre sugeriu que esperasse, enquanto colocariam a conversa em dia.

Ficaram aguardando e nada do compadre…

Quando viu que o homem não vinha mais e já passava da meia noite, disse:

Comadre, agora ficou tarde, nem dá mais para eu ir embora. Temos duas saídas:

tomar um baita dum chimarrão, ou ir para a cama, dormir.

Ela…

Compadre do céu, não é que me pegou sem erva hoje!

 

 

AS TRAPALHADAS DE PREFEITOS E VEREADORES.

Secretário é demitido porque esqueceu o “carção” para o chefe inaugurar banheiro carrapaticida (para o gado).

O prefeito de uma cidade da Serra catarinense demitiu o chefe de gabinete perque não levou um “carção” para ele inaugurar um banheiro carrapaticida.

Detalhe: esse é um banheiro para banhar boi e exterminar os carrapatos.

 

 

ISTO É INCRÍVEL!

Um vereador foi saudar um homenageado seu ao qual dera o título de cidadão.

Mostrando o diploma, disse:

Quero que meu homenageado leve este diploma como prêmio por ter tido a coragem de vir morar aqui….

Percebendo a café, quis consertar e emendou:
Porque quando ele chegou isto aqui era um sertão… Ali onde está a matriz era um Pinhal. Comi muitos veados dali…
(Referia-se ao veado pardo).
Aí um bêbado, daqueles tradicionais de toda cidade, observou: e ainda come, de vez em quando….

 

 

PREFEITO NÃO ESPALHA O CASCALHO E ENCHE A CIDADE DE LOMBADAS.
Um prefeito de SC foi pedir cascalho ao governador Jorge Bonhausen.

O governador: vou mandar te levar 50 cargas de cascalho. Mas não espalha!
O prefeito: deixa comigo.
Um mês depois a cidade estava com 50 lombadas espalhadas pelas ruas…

 

INAUGURANDO O CAVALÓDROMO.
Aquele prefeito do interior de SC foi inaugurar um cavalódromo.
Na cerimônia começou o discurso assim:

Uma “sarva de parma” pro carpinteiro que fez o local de amarrar as rédeas dos cavalos!

Uma “sarva de parma” pro encanador que “instalo a torne”!…
Uma “serva de parma” pro índio guarani que fez o cocho…..
Aí, de “sarva em parva de parmas”, ficou sem assuno.

Mas não se apertou: deu uns três passos até o cocho, tomou uns goles, e disse:

Pronto! “Tá nagurado”.

 

 

 

O PREFEITO E A ESTÁTUA

 

Um prefeito da Serra Catarinense confundiu a estátua do Neguinho do Pastoreio com  de  um menor crente de rua.

Como presidente da associação dos municípios, chefiava uma visita de colegas a São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha. Foram participar de um evento de integração.

Chegando lá, ficou admirado com a beleza da cidade, com os detalhes da cultura e impressionado com a semelhança entre as duas serras.

Ao passar por uma praça, viu uma estátua do Neguinho do Pastoreio – personagem do folclore gaúcho – e imaginou ser de um menor carente de rua.

 

 

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Negrinho do Pastoreio.

 

Chamou um assessor e o incumbiu de achar o projeto e o escultor para fazer uma igual em seu município. Seria uma homenagem aos relevantes serviços prestados pela primeira dama na área social. Ela, inclusive, havia salvo a vida de um garoto de rua que havia sido atropelado por um caminhão carregado de toras. Nem sequelas do acidente ficaram.

O rapaz saiu à procura do tal projeto e logo descobriu não se tratar da estátua de um menor de rua e sim do Negrinho do Pastoreio. Esse personagem lendário do folclore gaúcho, amarrado pelo estancieiro patrão sobre um formigueiro, por obra de Virgem Santa, curou as chagas de uma surra.

O castigo teria sido por extraviar um cavalo baio. Esse personagem é famoso por fumar palheiro, daí a tradição de quando se extravia algum animal acendem um charuto a ele.

Ao ser informado da confusão entre as estátuas, o prefeito disse: não tem problema, agora fazemos a estátua inspirada nesse guri gaúcho que também sofreu um temeroso acidente. Já aproveitamos e homenageamos os três: minha mulher, o menino do acidente e esse tal Neguinho que também deve ser importante pra ter estátuas por aí…

Fizeram a tal estátua e no dia da inauguração o prefeito fez o costumeiro discurso. O chefe de gabinete que havia escrito o texto, que trazia as dicas para lê-las de conformidade com o horário da cerimônia.

E o prefeito começou o discurso: – se for de manhã, bom dia! Se for de tarde, boa tarde! E se for de noite, boa noite! Mas como já é meio dia, então um bom final de semana a todos, já que graças a Deus hoje é sexta-feira. Deu alguns passos, foi até a estátua e a beijou, dizendo: pronto! Está inaugurada!

 

HISTÓRIAS QUE FARÃO VOCÊ DAR GAITADAS DE TANTO RIR: O METEOROLOGISTA E O BOI E DE BOTAS, O BOI DE BOTAS E O ENGENHEIRO.

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UMA NOVA UNIVERSIDADE

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Antônio Augusto Fagundes, folclorista e historiador gaúcho (RS), resgatou belas histórias do autor popular desconhecido.

Adaptamos duas delas, veja:

O BOI DE BOTAS E OS METEOROLOGISTAS

(Boi de Botas é o designativo do habitante típico, originário do interior da Serra Catarinense, adjetivo esse criado no tempo da Revolução Farroupilha).

 

 

ENTÃO:

Um estancieiro cedeu a propriedade para uns cientistas do tempo acampar e estudar a

O pessoal chegou com o Jeep cheio de bagagem: aparelhos, sacolas, lunetas, binóculos…

Acamparam numas barracas bem na frente à casa e o galpão.

 

O Boi de Botas, tomando seu chimarrão, interferiu:

  • – Vocês pesquisam o que mesmo?
  • – Somos meteorologistas, respondeu um deles, explicando: – nós estudamos o tempo.
  • – Que mal pergunte, vocês tensionam dormir ai fora?
  • – Claro que sim, respondeu o outro.
  • – Acho bom vocês se recolherem pra dentro do galpão. Esta noite chove de certeza!
  • – Mas como sabe que vai chover? Nós somos meteorologista e sabemos quando e porque vai chover…
  • – Mas olha – alertou o estancieiro – garanto que esta noite chove de cachorro beber água de focinhos pra cima!
  • – Aí perguntou o cientista: – mas como tem tanta certeza disso?
  • – O fazendeiro: é que meu burro velho se recolheu pro galpão e quando ele faz isso, chove na certa!
  • – Os cientistas – dando gaitadas de risos – garantiram: – nem falar, não chove mesmo! E até arrumaram as camas fora das barracas.

Periga a verdade! Lá pela meia noite veio uma chuva daquelas guasqueadas. Os meteorologistas, com as cobertas encharcadas, tremendo de frio, correram pra dentro do galpão.

Um deles sugeriu; acho bom a gente ir embora. Tem um colega aí que entende mais de tempo que nós!

…………….

CAUSO II

O BOI DE BOTAS E O ENGENHEIRO

Quando estavam construindo a BR-282, em SC, obra que demorou quase 200 anos para ser concluída, um desses figuras locais chamados de Boi de Botas, curioso com tanta medição, começou a fazer perguntas para um Engenheiro:

  •  Por que tanta complicação assim pra fazer esse tal de projeto de vocês?
  • O Engenheiro: para estudar e definir o traçado por onde vai passar o asfalto.
  • O boi de botas: nós, aqui, fazemos estrada sem tantos estudos assim.
  • Mas como fazem, perguntou o Engenheiro?
  • Nós amarramos uma lata no rabo de um burro e chegamos a soiteira. Ele se manda morro acima e morro abaixo, desviando as pedras. Aí  nós fazemos a estrada por onde ele passar.
  • O Engenheiro: mas quando não tem o burro como vocês fazem?
  • O Boi de Botas: aí nos arranjamos um Engenheiro…

 

 



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