AÇÕES DE PROTEÇÃO À VIDA EM RAZÃO DO FRIO – O que para uns é um espetáculo, para muita gente é um sofrimento.

AÇÕES DE PROTEÇÃO À VIDA EM RAZÃO DO FRIO – O que para uns é um espetáculo, para muita gente é um sofrimento.

A Prefeitura de Lages/SC, uma das cidades mais frias de SC, preparou-se antes para acolhimento do morador de rua.

Ela coordena os diversos setores de atendimento aos necessitados. O amanhecer do segundo dia do mês de julho já anunciava um dia de frio e chuva fina persistente. Contudo – infelizmente para muita gente – o clima vai piorar. Diante disso, os sistemas públicos de amparo às pessoas em situação vulnerável estão a postos para prestar suporte e acolhimento humanizado com conforto para aqueles que não têm a sorte de viver em um lar quente, dispondo de uma cama com cobertores, roupas de tecido pesado para encarar as baixas temperaturas desta época, um banho quente e uma refeição à altura do que um ser humano merece. Os termômetros devem registrar temperaturas despencando de forma súbita desde esta terça até o próximo final de semana e o que é motivo de movimentação turística pode ser também fator para alerta total.

A Defesa Civil de Santa Catarina divulgou a observação meteorológica sobre o declínio acentuado de temperatura em todas as regiões do Estado devido à entrada de massa de ar polar, com início às 18h desta quarta-feira (3 de julho), frio se estendendo até domingo (7), perdendo força na segunda (8). Para Lages, geada na quinta (0 a 10ºC), nublado com previsão de neve na sexta (-1 a 6ºC), geada no sábado (-3 a 9ºC) e novas geadas no domingo, segunda e terça.

Em Lages, a Prefeitura, através da Defesa Civil e Secretaria da Assistência Social e Habitação, intensifica serviços para bem atender as pessoas necessitadas. Na avenida Papa João XXIII, bairro Petrópolis, na estrutura da antiga Mitra Diocesana, a Assistência mantém permanentemente pronto o Abrigo Temporário de Inverno, para onde cidadãos em situação rua são levados quando encontrados por profissionais do serviço de Abordagem Social, eliminando ou pelo menos amenizando o risco de problemas de saúde respiratórios, hipotermia ou até de óbitos.

Defesa Civil no atendimento direto às pessoas

A partir da noite desta terça-feira (2 de julho), uma viatura da Defesa Civil irá circular em praticamente todas as regiões da cidade, principalmente nos pontos comuns à presença de vítimas do frio permanecendo ao ar livre, como a Praça Joca Neves; Centro, por exemplo perto do Colégio Bom Jesus; Terminal Rodoviário Dom Honorato Piazera; bairro Sagrado Coração de Jesus, e no entorno do Posto de Combustíveis Ouro Preto (Coral) e Igreja Nossa Senhora do Rosário. As pessoas serão convidadas a serem encaminhadas ao Abrigo Temporário. “Se a população identificar este perfil de pessoa andando nas ruas nestes dias de frio intenso, por gentileza ligue para os nossos telefones. Nós temos algumas previsões da Defesa Civil estadual que chegaram hoje (terça) e ao longo da tarde faremos alertas em nossa página do Facebook. Não deixaremos que nenhum cidadão sofra com este problema”, pontua o secretário executivo da Defesa Civil de Lages, Jean Felipe de Souza. Os números da Defesa Civil com funcionamento 24 horas por dia, todos os dias da semana, são 199 e 98406-4037. O 3221-1077 e o 3222-9661 estão disponíveis de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.

Abordagem social pela madrugada

O serviço de Abordagem Social da Secretaria da Assistência Social funciona 24 horas por dia e irá ganhar força ainda maior neste período de inverno rigoroso. O veículo com os assistentes sociais percorrerá a cidade à procura de necessitados. Os números para acionamento são 98406-2980 e 99921-1125.

Um lugar quente e seguro para o corpo e o coração

Associadamente ao alicerce estrutural, toda pessoa, independentemente da idade, precisa de atenção, ser ouvida olho no olho, e de carinho. Muitas vezes, poder ser escutada em um desabafo é o melhor remédio. Tudo isto que as pessoas resgatadas das ruas e avenidas, parques, praças e demais espaços públicos coletivos buscam, encontram no Abrigo Temporário do Petrópolis.

O prédio de 400 metros quadrados é alugado pela prefeitura de Lages e dispõe de amplos cômodos para proporcionar bem-estar e o calor de uma casa de verdade, um lar com gente disposta a dialogar, compreender e ajudar incondicionalmente com profissionalismo e sensibilidade. São 18 quartos duplos e triplos, seis banheiros, cozinha, um refeitório grande, sala de estar e lazer com lareira, área de serviço (lavanderia), sala para a guarda de vestuário, sala de depósito de materiais de limpeza, higiene, expediente e insumos, (almoxarifado), despensa de alimentos e sala para a equipe técnica. A prefeitura é responsável pelo custeio da alimentação junto à verba do Governo Federal, e pelas roupas de cama – colchões, travesseiros, lençóis, fronhas, cobertas e cobertores, entre compras e doações de terceiros. Estão garantidos banho, higiene, alimentação e quartos. A equipe de funcionários é formada por 15 trabalhadores: assistente social, cuidadores, cozinheira e segurança.

No Abrigo Temporário os cidadãos podem jantar comida fresquinha e depois dormir numa cama com artigos limpos e cheirosos para uma noite de descanso e alívio. Durante o dia recebem apoio no Centro POP no bairro Copacabana, onde podem fazer as refeições anteriores – café da manhã, almoço e lanche da tarde. Lá também são recebidos imigrantes, incluindo atendimento psicossocial. No Abrigo, roupas e calçados são doados aos abrigados, arrecadadas pela sociedade e por campanhas do agasalho, assim como toucas, luvas, meias, cachecóis e pantufas.

A casa do Petrópolis está de portas abertas desde o dia 5 de junho deste ano, 24 horas por dia, sete dias por semana, e tem capacidade para 80 pessoas. “Com a incidência de dias muito mais gelados que hoje (terça), nós esperamos que a gente receba até 70. Estamos a postos para prestar nossa capacidade técnica e humanizada. Vamos conversar com o secretário Samuel Ramos para ver se é possível a abertura neste final de semana”, reitera a diretora de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, Maria Tereza Ternes Bayer, lembrando que o Abrigo esteve aberto nos dois finais de semana da Festa Nacional do Pinhão.

55 pessoas na casa

O espaço atualmente dá respaldo a 55 pessoas, na faixa etária variada desde os 18 até 65 anos, a maioria são homens. Todas podem permanecer pelo tempo que julgarem necessário. Através de consulta via sistema digital da Polícia Militar (PM) foi observado que são provenientes de vários lugares, curiosamente grande parte de São Paulo, em busca de emprego. Certa quantidade estava trabalhando na Serra com a colheita da safra de maçã, já finalizada. Em torno de outras 20 foram embora para sua cidade de origem, com passagem de ônibus paga pela prefeitura, como para Ituporanga, Caçador, Florianópolis, Balneário Camboriú, municípios do Paraná e do Rio Grande do Sul. Nas situações de pessoas usuárias de substâncias psicoativas, como bebida alcoólica e drogas entorpecentes, o Abrigo lhes oferece a possibilidade de se submeter a um tratamento e serviços especializados de desintoxicação.

No momento em que as pessoas se dirigem ao Abrigo elas são cadastradas para que suas informações básicas sejam conhecidas e detectadas demandas, como cidade de origem, necessidade de encaminhamento para emissão ou renovação de documentos, além de promover a sua inserção na rede socioassistencial e acesso a benefícios eventuais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou auxílio para aquisição de aposentadoria para quem já está com a idade exigida. Casos de saúde são dirigidos ao Pronto-Atendimento (P.A.) Tito Bianchini e já houve necessidade de chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Orientações

As recomendações são atenção com a população mais vulnerável, como enfermos, pessoas em situação de rua, idosos e crianças. Além disto, abrigar animais domésticos. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, em virtude das doenças causadas pelo frio (gripe, resfriados, pneumonia, meningite) é essencial tomar medidas simples como manter-se bem agasalhado, beber bastante água e evitar locais fechados e de grande circulação de pessoas, além da higiene frequente das mãos. Crianças e idosos são mais suscetíveis às doenças agravadas pelo frio.



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